terça-feira, setembro 24, 2013

VII Regata de Botes Baleeiros - New Bedford

 
VII Regata de Botes Baleeiros
Dabney Cup, o coroar de uma grande iniciativa que veio para ficar


Texto: Augusto Pessoa • Entrevistas: Francisco Resendes • Fotos: Nick
Pessoa

A VII Regata de Botes Baleeiros foi a confirmação de que o homem sonha e a
obra aparece.
João Carlos Pinheiro, Victor Pinheiro e José Soares são os grandes obreiros
deste tremendo êxito que foi mais uma edição de uma competição, que embora
amigável, ninguém quer perder.
E foi o que se viveu de quinta-feira a domingo na baía de New Bedford.
Quer a remos, quer à vela, os botes baleeiros de linhas centenárias
deslizaram nas águas calmas da baía, contrastando com o mar crespado dos Açores,
num espetáculo deslumbrante que as experientes gentes dos mares sabem
proporcionar a quem de terra, ou no nosso caso de uma embarcação e como tal mais
próximo da ação vê o evoluir dos barcos e tripulações.
Na sua maioria são jovens de ambos os sexos com experiência adquirida em
águas tumultuosas, que se limitam a mostrar em águas mais calmas os ensinamen
tos colhidos.
Os Açores tem uma longa história em desportos nauticos, ou não estejam eles
rodeados por aquele mar que nos separa e que ao mesmo tempo nos une, como
aconteceu no passado fim de semana com a realização de mais uma regata e esta
de cunho internacional.
Um tanto ou quanto inesperado, mas de grande valor, foi a presença de José
Cesário, secretário de Estado das Comunidades, que condecorou João Carlos
Pinheiro, após o que se dirigiu aos presentes.
“Quero dizer-vos que não há desenvolvimento, se não conciliarmos a tradição
com a modernidade. Temos todos de dar as mãos, juntando os mais novos e os
mais idosos. Conciliar aquilo que é antigo, com aquilo que é novo. O nosso
país, todas as regiões, têm sempre algo extraordinário para dar a todo o
mundo. Não é por acaso que estamos a viver, um dos melhores anos turísticos da
nossa história. A todos os aqui presentes vai o nosso obrigado pela forma
como têm conseguido promover o país. Agradeço-vos a realização desta iniciativa
e pedir-vos para continuar. Venho aqui em meu nome, em nome da República,
do Presidente da República, distinguir um de vós e através dele toda a
comunidade. E esse é João Carlos Pinheiro”, disse José Cesário, enaltecendo o
trabalho, deste elemento comunitário.
E ao sabor das ondas, ventos e marés, a primeira edição das regatas,
aconteceu na cidade de New Bedford em 2004 e com entusiasmo, crescente atingiu-se
a sétima edição.
Mais um acontecimento que se vem registando anualmente, graças ao
Portuguese Times, que o faz entrar na história da comunidade, através da força
inigualável da foto e da imagem.
Acompanhamos o nascer da primeira regata, ainda a rampa de lançamento dos
botes à água não existia.
A entrada para o barco que facilitava a reportagem era com os pés na água.
Hoje tudo foi facilitado com a rampa existente no local.
Podem-se fazer coisas lindas em termos de regatas, mas se não se lhes der o
tratamento adequado, tudo não passa de uma iniciativa vulgar.
Mas João Carlos Pinheiro e Victor Pinheiro querem projetar a iniciativa al
ém New Bedford e é aqui que entra o Portuguese Times, com o seu longo
alcance. A foto inserida na longa reportagem vai mostrar como foi aos que não
estiveram presentes.
Entre a comitiva vinda dos Açores estava José Decq Mota, presidente da
direção do Clube Naval da Horta.

“Estamos a consagrar a importância cultural e social que tem a utilização
desportiva dos botes baleeiros”
— José Decq Mota

“Esta iniciativa é muito importante sob o ponto de vista desportivo, mas
principalmente do ponto de vista cultural. Eu venho a New Bedford coordenar a
delegação do Faial. A cidade da Horta é geminada irmã com a cidade de New
Bedford. Acho que é nossa obrigação incentivar este tipo de colaborações. Mas
além disso ao participar em regatas de botes baleeiros ou vir aqui andar no
Faial, no Pico ou no Bela Vista, nós estamos a consagrar a importância
cultural e social que tem a utilização desportiva dos botes baleeiros. A baleação
acabou. Os botes baleeiros açorianos são uma embarcação magnífica. Hoje
praticamos lá e cá uma modalidade desportiva que é o remo e vela em botes
baleeiros. Estamos a divulgar e a mostrar a magnificência dessa embarcação, mas
estamos também a trabalhar numa área que nos liga a todos, que nos liga em
termos culturais, em termos históricos... Sendo assim, é com grande gosto que
estou aqui na qualidade presidente do Clube Naval da Horta a coordenar as
duas tripulações, uma masculina, outra feminina, que vieram aqui para tomar
parte nestas regatas e onde estamos a ser recebidos e acarinhados de forma
irrepreensível e que deixa toda a comitiva maravilhada”, começou por dizer José
Decq Mota, que passou a referir a utilização do bote baleeiro.
“A utilização desportiva dos botes baleeiros podemos dizer que está em
alta. Realizamos várias regatas no Faial, Pico e outras ilhas. Essas regatas
atraem muita gente. Nós por exemplo na secção de botes baleeiros no Faial temos
8 botes e é coordenada pelo Clube Naval. Temos mais de 150 praticantes de
vela e remo. Estas regatas atraem uma assistência na ordem das centenas e por
vezes milhares de pessoas.
No Faial há 8 botes, no Pico há 22. Só aqui temos 30, ali ao pé em São
Jorge temos mais 3, na Graciosa e Terceira tem mais 3. Se bem que nem sempre
seja possível juntar todos estes barcos, conseguimos fazer com frequência de
regatas de 25 e 30 botes. O que na verdade é um grande espetáculo. Mas não é
só isto. É o conjunto enorme de pessoas de ambos os sexos, de todas as idades
e condições sócio-profissionais, que se junta a praticar esta atividade
desportiva e à volta desta embarcação magnífica”, prossegue o presidente do
Clube Naval da Horta, referindo-se à aderência da juventude a esta prática
desportiva.
“Temos muita gente jovem a aderir a esta modalidade desportiva. Temos o
exemplo das tripulações do Faial e Pico que aqui se deslocaram aos EUA. O
futuro está assegurado. O que temos de pensar seriamente é a manutenção material
desta prova. Os botes e as lanchas. A despesa é muito grande e nós temos de
arranjar dinâmicas, grupos e parcerias que assegurem que esta atividade
possa ter um futuro sólido não para mim, mas filhos e netos e gerações
vindouras”, concluiu José Decq Mota, um exemplo vivo do apoio a esta modalidade
desportiva.

“Isto ultrapassa a simples regata entre botes baleeiros e teima em manter
viva uma herança que foi de grande importância, quer para os Açores, quer
para a cidade de New Bedord”
— João Carlos Pinheiro
João Carlos Pinheiro é a ligação entre os homens e as mulheres que
constituem as tripulações dos botes baleeiros pelo Açores e os que aqui por New
Bedford se dedicam à mesma modalidade desportiva. Visivelmente satisfeito pelo
sucesso de mais esta iniciativa, aquele homem do mar começou por dizer à
reportagem do Portuguese Times e Portuguese Channel:
“Isto foi um sonho meu e de mais dois ou três amigos. Havia intercâmbios
entre equipas de futebol, ranchos folclóricos, entre bandas de música e porque
não entre botes baleeiros.
Criou-se o Azorean Maritime Heritage Society, com três botes. Fui portador
da ideia para o Faial e Pico, oscultando opiniões, para uma possível regata.
A ideia foi recebia de tal forma que já estamos na 7.ª edição e todas elas
recheadas de êxitos sucessivos. Isto ultrapassa a simples regata entre botes
baleeiros e teima em manter viva uma herança que foi de grande importância,
quer para os Açores, quer para a cidade de New Bedord geminada cidade irmã
com a cidade da Horta. Queremos preservar o passado histórico da caça à
baleia e ao mesmo o presente e o futuro através das regatas de botes baleeiros e
os passeios ao visionamento destes monstros marinhos.
A nossa intenção tem sido mostrar a nossa cultura marítima nos EUA.
Somos descendentes dos homens do mar. Por perigos e guerras esforçados,
descobriram o mundo. A relação do homem/mar mantém-se viva por estas paragens.
O resultado deste entusiasmo tem conseguido uma maior projeção dos Açores
em terras dos EUA e consequentemente a deslocação a São Miguel, Pico e Faial
de grupos de 40 e mais pessoas, graças à promoção que estas regatas têm
conseguido”, prossegue João Carlos Pinheiro, no Museu da Baleia, no dia anterior
ao início de uma regata que ficou memorável.
Mas aquele homem praticante da vela, não arreia o mastro.
“Em 2014 vamos ter o gosto de ver ancorado no porto de New Bedford o único
barco baleeiro que ainda existe e que foi aqui construído nos EUA. Por tal
motivo foram construídos 10 botes baleeiros americanos “Yankee Botes”, de
onde derivou o bote baleeiro açoriano”, prossegue João Carlos Pinheiro,
abrindo a vela à razão principal da entrevista.
“Pela primeira vez vamos ter na água uma regata de amizade entre
tripulações de ambos os países.
O “Yankee Bote” é mais pequeno tem menos um tripulante. O barço açoriano e
dado que a baleação era costeira, fizeram um barco mais comprido, com mais
um tripulante. É um barco mais veloz. Ambos os barcos vão estar frente a
frente nas águas de New Bedford”, disse o mentor da iniciativa, que vive o mar,
que vive a vela.

A ilha do Pico, tem uma forte representação comunitária por estas paragens.
Confraternizações, festas do Espírito Santo e o tipicismo das suas
rosquilhas e vindo de lá um equipa de remo e vela.
Nilton Goulart, remo e vela da equipa proveniente da ilha do Pico, afirmou:
“Em termos pessoais, além de ser uma satisfação, dado ser a primeira vez
nos EUA, é ótimo vir como membro de uma equipa de baleação, até porque ambos
os meus avós foram baleeiros. A cultura baleeira está muito presente na ilha
do Pico. Temos aqui uma experiência competitiva saudável entre o Pico o
Faial e equipas locais. Será um grande prazer receber a equipa de cá nos Açores,
dentro de dois anos”, começou por dizer Nilton Goulart, que nos deixa a par
de como se desenrola a vida do remador e do velejador.
“Devido às condições atmosféricas e à própria vida pessoal dos elementos
que constituem as equipas, durante o inverno a atividade é práticamente nula.
Dedicamos este tempo à manutenção, de forma a que os barcos estejam prontos
para a próxima época, que arranca em princípios de junho. O remo é treinado
diariamente e a vela uma vez por semana. Existe um espíritivo competitivo
muito grande nos Açores.
Há regatas que já tiveram mais de 30 botes. O bote baleeiro é já uma
bandeira ao nível turistico nos Açores”, concluiu Nilton Goulart.

Filipe Porteiro, diretor regional dos Assuntos do Mar, era mais uma
presença integrado na comitiva de visita a New Bedford. Com uma linguagem mais
institucional, vê a regata num prisma diferente, mas contributivo para o
sucesso.
“Temos a aproximação de duas sociedades muito próximas embora separadas
pelo mar e que esta regata dá a possibilidade de se aproximarem e partilharem o
que têm em comum”, afirmou Porteiro, para acrescentar:
“As regatas, que se têm feito no Faial e Pico é a imagem da importância
dessa modalidade desportiva, em que estão envolvidos entre 15 a 30 botes
baleeiros e quase todos com tripulaçã muito jovem. Eu acho que foi um reaprender
da nossa cultura foi o reaproveitar a informação e o conhecimento cultural
que existia. Foi uma mudança de utitlização que se deu a um bote que se
poderia ter perdido pela falta de uso, mas que depois foi reconvertido para
atividades marítimas ou turísticas e para a prática da vela.
Eu acho que a realidade comprova isso mesmo. Há um interesse genuino e
transversal das pessoas mais antigas que viveram a baleação e os mais jovens que
não viveram essa cultura mas que têm entranhado a cultura baleeira”,
salienta Filipe Porteiro, que sublinha o apoio à modalidade desportiva.
“Praticamente toda a recuperação da frota e a construção de novos botes
baleeiros teve o apoio da Direção Regional da Cultura e através da Comissão do
Património Baleeiro, que facilitou que estejamos a viver esta explosão
ligada à cultura da baleia”, concluiu Filipe Porteiro.

“A vela terá sempre um lugar importante no turismo açoriano”
Rui Amen, Turismo Açores
A grande aposta no turismo dos Açores baseia-se nos mais diversos temas e
nas mais diversas iniciativas. E pelos vistos as regatas também, são um meio
de promoção da Região nos EUA.
“Estas regatas tratam com ingredientes que são base de recursos turísticos
e estou a falar de legados históricos, culturais até conteúdos biológicos.
Isto é uma oportunidade que temos para vir para um país que tem um grande
potencial e promover os Açores como destino turístico”, começa por dizer Rui
Amen, para acrescentar em seguida:
“No momento atual, o turismo dos EUA ocupa um lugar cimeiro nos Açores.
Frutos diretos não será possível contabilizá-los, mas que eles existem é uma rea
lidade. O turismo náutico é uma das estrelas da companhia. Obviamente que a
vela seja na forma de regatas, botes, solitária, terá sempre um lugar
importante no turismo açoriano”, concluiu Rui Amen.

“Não se pode falar da baleação em New Bedford sem falar dos Açores”
Victor Pinheiro
Victor Pinheiro foi criado na crista da onda, no balanço do barco e agora
com tudo isto transformado na componente desportiva.
“Esta iniciativa tem sido um somar de êxitos, não só ao nível da
competição, remo e vela, como no aspeto da aproximação das pessoas, nos dois lados do
Atlântico.
São duas comunidades com um longo historial baleeiro, Açores e New Bedford.
Não se pode falar da baleação em New Bedford sem falar dos Açores. Os
baleeiros de New Bedford faziam longas paragens nos Açores. As maiores ondas de
imigração para New Bedford tiveram por base a baleação”, começa por dizer
Victor Pinheiro, que acrescenta:
“A regata é um motivo de aproximação ao nível de desporto e mesmo
universitário entre os Açores e os EUA”, salienta Victor Pinheiro, que deixa um
convite.
“Todos os jovens e menos jovens que se queiram juntar a nós na prática do
remo e da vela deverão contatar a Azorean Maritime Heritage Society. Temos
programado uma maior extensão deste entusiasmo ao nível das ilhas dos Açores e
a sua relação com a baleia. Não podemos limitar esta atividade ao Pico e ao
Faial, temos de ir também a São Jorge, Corvo e Flores... Nós aqui nos EUA
temos três botes e consequentemente três equipas de vela e remo. No relativo
aos Açores já quase todas as ilhas têm botes baleeiros, pelo que a sua
divulgação desportiva relacionada com a história está mais facilitada lá do que
cá”, disse Victor Pinheiro, que montou um programa, alvo dos melhores
elogios.
“Podemos dizer que o bote americano é o pai do bote açoriano. Os americanos
é que levaram os primeiros botes para os Açores.
As três gerações da família Dabney levaram os primeiros botes, de onde
teria origem a grande indústria que ali se criou, relacionada com a caça à
baleia.
O sistema de caça à baleia nos Açores era muito difererente da caça nos EUA.
Enquanto que o americano utilizava um barco grande de onde se iniciava a
caça, o açoriano servia-se do tradicional bote, partindo de terra. O mais
curioso e tratando-se de botes diferentes, vamos ver qual será o desenrolar da
regata no domingo”, dizia-nos Victor Pinheiro, na quinta-feira já com os
botes na água.
O nome Dabney dado à taça tem a ver com a relação daquela família de Boston
e da sua relação com a baleação, aquando da sua estadia por gerações nos
Açores”, concluiu Victor Pinheiro.

Jovem, simpática, cheia de energia, fazia parte da equipa do Faial. Isabel
Andrade era uma das muitas jovens que o bote baleeiro trouxe a New Bedford.
“Acho que é uma excelente iniciativa por parte da Azorean Maritime Heritage
Society. Já é a segunda vez que participo. Acho que é um intercâmbio de
culturas. Podemos fomentar amizades e outros níveis de desporto. Tudo isto é
muito interessante”, começou por dizer a jovem, que dividia o entusiasmo com a
restante equipa.
“Há cinco anos entrei para os botes com a intenção de fazer uma equipa de
vela feminina. Como não era possível, começamos no remo e fomos evoluindo.
Quando aqui viemos há três anos, só faziamos remo. Mas tinhamos dois elementos
do sexo masculino.
No regresso ao Faial formámos uma equipa de vela só feminina e é essa a
equipa que vai competir aqui nos EUA”, prosseguia a jovem que viria a vitória
sorrir.
“O entusiasmo é grande na adesão à equipa. O que temos são poucos botes, se
tivéssemos mais, teriamos pelo menos mais outra equipa feminina.
No Faial cada junta de freguesia tem um bote e é responsável pela sua
manutenção.
Isto é uma iniciativa muito benéfico para o arquipélago e abre as portas a
muita gente, que se não fossem as regatas, não conseguiriam vir aos EUA.
A baleação é nossa. Mas quando vimos a New Bedford é que percebemos que
tudo isto teve as suas origens nos EUA. Aqui tem-se uma ideia mais concreta do
uso da baleia.
Nos Açores a ideia é que a baleia era para tirar os dentes e fazer óleo.
Aqui percebemos através do museu que era isso e muito mais. Como por exemplo,
velas, iluminar”, prossegue a jovem no dia anterior às provas de remo e
vela.
“Nas ilhas do Faial e do Pico nota-se uma grande aderência por parte das
camadas jovens a esta modalidade desportiva”, concluiu Isabel Andrade.

“Hoje esta organização tem alicerces bem cimentados e enraizados”
José Soares
José Soares foi mais um elemento sempre associado a Victor Pinheiro. Muito
prestável, esteve sempre disposto a colaborar em termos de facilitar a
reportagem.
“Da nossa parte considero um balanço muito positivo. Quando se lançou a
ideia a finalidade era o intercâmbio entre os aqui residentes e os de lá. Os
antigos baleeiros vivem esta faceta da vida dos Açores como uma parte
importante da sua vida.
Esta iniciativa embora tendo por palco a cidade de New Bedford já
ultrapassou os EUA e como tal chega gente do Canadá, que não quer perder a
oportunidade de rever familiares que as regatas trouxeram aos EUA. Sabemos que é um
esforço grande da parte de quem nos visita dos Açores, mas estão satisfeitos
pela forma como são recebidos e tudo está a decorrer muito bem”, começou por
dizer José Soares, para acrescentar:
“Quem assitir ao desenrolar das regatas vai encontrar uma grande
percentagem de gente jovem inserida nesta modalidade. Ao princípio foi como que
aguentar a organização de pé. Hoje esta organização tem alicerces bem cimentados,
em enraizados. O entusiasmo é grande quer pelos Açores, quer aqui pelos EUA.
Temos gente jovem, responsável e capaz de manter a Azorean Maritime
Heritage Society, bem viva nos tempos futuros”, prossegue José Soares, referindo-se
à taça a atribuir este ano.
“A Taça Dabney veio abrilhantar ainda mais esta edição das regatas. Foi um
projeto muito interessante a construção dos três botes. Isso partiu da nossa
ideia. O bichinho da competição veio ao de cima e aí temos os botes
baleeiros açorianos e os botes baleeiros Yankee”, acrescentou José Soares, para
concluir em seguida:
“Para o ano 2014 não há regatas. Em 2016 as equipas de New Bedford vão aos
Açores. Em quatro anos regressam aos EUA”.

E os prémios vão para...
A VII Regata de Botes Baleeiros culminou no domingo com a cerimónia de
entrega de troféus, realizada no Museu da Baleia.
A Dabney Cup era a mais cobiçada, dado ser a primeira vez que era
atribuída.
José Gonçalves, “skipper” da equipa de vela do Faial, seria o felizardo a
levantar a Dabney Cup, perante a alegria de toda a representação daquela
ilha.
“Não encontro palavras que possa descrever o que sinto. Foi na verdade uma
experiência memorável. Receção à chegada, a amabilidade e disponabilidade
das pessoa.
Já me tinham falado sobre a forma como as regatas são aqui organizadas, mas
viver de perto, participar é algo que levo bem fundo comigo no regresso”,
disse o “skipper” vencedor de um troféu, com profundo sentimento histórico
para os Açores. Mas como não se tratava de principiantes, os lugares cimeiros
eram um esperança, que acabou por ser realidade.
“Esperava uma boa classificação. No primeiro dia tinha perdido para o Pico,
mas no domingo tudo teimou em correr bem e fomos nós do Faial a ganhar.
Mesmo assim levaram a melhor nas pernas anteriores, mas consegui vencer já na
última”, concluiu José Gonçalves.

Susana Salema, “skipper” da equipa do Faial feminina, estava radiante pelo
êxito da regata e ainda mais pelo facto de levar o troféu.
“Foi uma experiência maravilhosa. Tudo correu na perfeição. Tivemos
oportunidade de troca de impressões, quer com o Pico quer com as tripulações
locais. Esta última regata ainda mais curiosa se tornou ao reunir dois tipos
diferentes de botes. Nós desconheciamos o “Yankee Boat”, disse Susana Salema,
sob um enorme esqueleto de baleia, sob a área escolhida este ano para a
entrega dos troféus.
Mas o mar tem os seus segredos que as equipas têm de saber descobrir.
“A nivel de mar, aqui as condições, são excelentes. Temos é que nos
habituar a variações de ventos mais rápidas”, concluiu Susana Salema.

Igor Azevedo falou à nossa reportagem em nome da equipa do Pico.
“Traziamos como objetivo o Pico vencer a remos. Mas ao mesmo tempo tinhamos
consciência de ter uma boa equipa, para poder lutar pelos primeiros lugares
em vela.
Hoje voltamos a vencer em remos e arrancamos um terceiro lugar à vela. Foi
excelente”, disse Igor Azevedo.


VII Regata International de Botes Baleeiros
— Classificação —

Remo
Senhoras
1. Pico
2. Faial
3. New Bedford

Vela
Senhoras
1. Faial
2. Pico
3. New Bedford

Remos
Homens
1. Pico
2. Faial
3. New Bedford

Vela
Homens
1. Pico
2. Faial
3. New Bedford

Remos
Dabney Cup

1. Pico
2. Faial
3. New Bedford, Ma
4. Mystic, CT. 1
5. New Bedford
Museu da Baleia
6. Mystic, CT 2

Vela
Dabney Cup

1. Faial
2. New Bedford, Ma.
3. Pico
4. Mystic, CT 1

6. New Bedford (desclassificado)
6. Mystic, CT 2 (desclassificado)

quarta-feira, setembro 18, 2013

Teledesporto, 15 de setembro

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E O BURRO SOU EU...


Em 1995 quando foi criada a série Açores de Futebol, eu já tinha uma experiência

de dirigente desportivo na 3ª divisão e na antiga 2ª divisão nacional há 12 anos. Entendi na altura que a melhor solução para o futebol dos Açores era seguir os passos das

Ilhas Faroe, do País de Gales ou da Escócia e criar uma Associação de Futebol que organizasse o futebol nos Açores e se fi liasse na UEFA e na FIFA. Este meu projecto não teve apoio das nossas Associações que optaram pela série Açores integrada no Campeonato Nacional da 3ª Divisão organizado pela F.P.F. .Paradoxalmente o Eng.ºVítor Vasques, então presidente da FPF e que fora convidado para a cimeira que

decidiu a criação da série Açores foi a única pessoa que deu uma opinião favorável dizendo que o meu projecto tinha pés para andar. Ao longo dos anos tenho defendido

sempre este projecto junto de outros dirigentes desportivos, de atletas, de treinadores, de jornalistas e de políticos e na generalidade ninguém concorda. Uns pensam que a

UEFA e a FIFA não aceitariam a nossa fi liação, outros dizem que o novo figurino não tem viabilidade financeira, outros porque os Açores não são politicamente independentes, outros acham que os Açores são uma região muito pequena e

outros simplesmente preferem a actual situação. A estas questões eu pergunto… E estas regiões atrás mencionadas, são independentes? Serão as Ilhas Faroe com cerca de

50 mil habitantes maiores que os Açores? Será que a actual situação com grandes custos e sem retorno nenhum é mais favorável? E muitasoutras questões haviam para levantar.

Em 24 e 25 de Março de 2006, o Clube Desportivo Santa Clara organizou o primeiro Congresso do Futebol Açoriano em Ponta Delgada, e eu levantei esta questão, tendo

a mesma despertado algum interesse por parte do Director Regional dos Desportos da altura que no fi nal do congresso falou comigo e com oDr. Luciano Melo (organizador do congresso) no sentido de ser criado um grupo de trabalho para estudar a questão, mas foi um assunto que não passou desta intenção. A experiência destes anos diznos

que cada vez que um clube dos Açores participava ou subia um nível nos campeonatos nacionais de futebol, as consequências futuras eram uma monstruosa crise fi nanceira

com os clubes a perderem todo o seu património e alguns a desaparecereme com consequências nefastas para muitos dirigentes. Os nossos atletas, alguns verdadeiros

talentos nas camadas jovens, quando atingem a idade sénior deixam de jogar por nunca serem opção nos clubes que participam nos campeonatos nacionais que preferem sempreos jogadores estrangeiros. Por outro lado, assistimos á grande evolução, por exemplo, do futebol nas Ilhas Faroe com os seus clubes a participarem nas provas

europeias com a sua selecção a jogar as fases de qualifi cação dos

campeonatos do mundo e da Europa (em ciclos de 2 anos fazem no

mínimo 15 jogos) e ainda recebem da UEFA e/ou da FIFA os prémios de participação no valor de alguns milhões de euros que podem aumentar se conseguirem pontos. Nós

por cá vamos gastando milhões sem qualquer tipo de retorno e com os

resultados que todos conhecemos Para aqueles que pensam que os Açores não podem fazer parte deste futebol ao mais alto nível, vejam a decisão do último congresso da

UEFA que decidiu admitir o rochedo de Gibraltar (tem um terço da superfície da nossa ilha do Corvo)e vejam se é possível compará-los

com os Açores. É mesmo caso para perguntar!...

 

E O BURRO SOU EU

Autor: Aires Ferreira

SANTA CLARA DEFRONTA BELENENSES NO ESTÁDIO DE SÃO MIGUEL.

O encontro entre Leixões e Vitória de Guimarães é um dos destaques desta eliminatória. A primeira com equipas da I Liga. Jogos da 1.ª mão marcados para 25 e 26 de Setembro.
Realizou-se esta terça-feira o sorteio da 2.ª Fase da Taça da Liga, a primeira eliminatória com a presença de equipas da I Liga. Nesta fase da prova entram os últimos seis classificados da temporada passada e as duas equipas que subiram de escalão, Belenenses e Arouca.
As oito restantes formações já passaram a 1.ª Fase, disputada entre equipas da II Liga. Destaque para o reencontro entre Leixões e Vitória de Guimarães, dois históricos que travam uma grande rivalidade.
Registo ainda para dois “derbies” regionais. Um no Minho, entre Moreirense e Gil Vicente. Outro em Aveiro, entre Beira-Mar e Arouca.
Destaque ainda para o encontro no Estádio de São Miguel, entre o Santa Clara, 11.º da II Liga e o Belenenses, último classificado da I Liga. Recorde-se que os “azuis” do Restelo têm muitos simpatizantes nos Açores.
A 2.ª Fase da Taça da Liga disputa-se a duas mãos, com os primeiros jogos agendados para 25 e 26 de Setembro. A 2.ª mão disputa-se nos dias 30 e 31 de Outubro.


Os meus dois clubes.......




Medina

Pedrada no Charco II


 

 
Vamos constando no futebol de formação que todas as épocas são marcadas por um grandenúmero de atletas que mudam de clube. Creio que importa analisar a frio o que está na origem deste pingpong de atletas. Uma parte, resulta por iniciativa dos encarregados deeducação que querem ver o filho no clube, que no plano teórico, seja o mais forte candidato a vencer asprovas onde irá participar, mesmo sabendo à priori que levando o filho para aquele clube, as possibilidades de o atleta jogar regularmente sejam diminutas. Outra causa paraeste ping-pong, resulta do mal-estar acumulado durante o decorrer da época entre alguns dos “visionários”encarregados de educação que vão discordando dos métodos e das opções do treinador e, de forma irreflectida e autoritária optam, independentemente da vontade do filho, por o levar para outro clube. Em muitos casos chegam ao extremo de o retirar da prática desportiva antes de terminada a época. Mas não se pense que este ping-pong resulta apenas destes actos inconsiderados de alguns encarregados de educação. Em muitas situações são os próprios treinadores que estão no futebol de formação tendo como único objectivo a busca de títulos, que vão tentando em pleno defeso convencer atletas e respectivos encarregados de educação de que estão a construir equipas que irão vencer tudo, nem que isso fosse o mais importante em processo de formação. Certo é que alguns atletas e encarregados de educação cedem aos intentos dos treinadores que autointitulam- se os treinadores da nova vaga/geração. Por fim uma palavra aos dirigentes de alguns clubes que vão pactuando com este tipo de “política” desportiva, o que se lamenta, aliás, o aceitar/corroborar com estes procedimentos não é mais do que em muitos casos gerar ódio a alguns clubes,noutros aumentar esse mesmo ódio, como tem ficado bem patente em alguns jogos no futebol de formação que terminam em verdadeiras batalhas campais.Impõe-se uma ruptura com o passado recente, urge convergir num único sentido, o da prática desportiva pela prática desportiva, onde clubes, dirigentes, encarregados de educação, treinadores e atletas tenham oseu antagonista como adversário e não como inimigo, tendo consciência que sem adversários não será possível competir, e que para evoluir competindo é necessário que os adversários tenham qualidade. Não é possível evoluir no plano desportivo se a “política” continuar a ser a de enfraquecer os adversários, retirando-lhes os atletas de valor.

 

Humberto Rosa

terça-feira, setembro 10, 2013

Esta noite nas Lajes do Pico

XII Gala do Desporto Açoriano

 

XII Gala do Desporto Açoriano
Decorre esta noite nas Lajes do Pico a XII Gala do Desporto Açoriano. A gala irá distinguir na categoria de Selecções Nacionais, Maria João Silva, atleta do Centro de Actividades Ocupacionais da Santa Casa da Madalena do Pico, que representou a selecção nacional no Campeonato do Mundo de Atletas com Síndrome de Down, onde se sagrou campeã e recordista mundial nas provas de 800 metros, 1.500 metros, marcha e 4x400 metros.Nos desportos individuais, na categoria de Resultados e Classificações Nacionais e Participações Internacionais será homenageada a patinadora Catarina Porto, do Clube Desportivo Ribeirense, que foi a primeira classificada no Campeonato Nacional de Estrada, no escalão de iniciados femininos.Nos desportivos colectivos, o Clube Desportivo Ribeirense arrecada dois troféus, um em voleibol e outro em corridas de patins, sendo também distinguidos o Candelária Sport Clube, na modalidade de hóquei em patins, a Casa do Povo da Madalena e o Grupo Desportivo Salão Recreativo dos Toledos, ambos com equipas na modalidade de ténis de mesa.A Gala do Desporto Açoriano visa homenagear e distinguir os agentes desportivos e as entidades do desporto escolar e do associativismo desportivo que se destacaram ao longo do ano anterior através dos resultados e classificações alcançados.

Teledesporto, 8 de Setembro.

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