quarta-feira, junho 30, 2010

PORTUGAL NO MUNDIAL.

Na minha modesta opinião, julgo que a participação de Portugal no mundial de 2010, na África do Sul, ficou aquém do esperado. Digo isto, em virtude do valor dos nossos jogadores ser reconhecido internacíonalmente pela sua qualidade futebolística, o que nos dava algumas garantias para conseguirmos atingir outra classificação, mais honrosa com os nossos pergaminhos. Não esquecendo que éramos os 3ª no ranking da FIFA.Não pondo em causa a sua honestidade e seriedade do Prof.Carlos Queiroz, Portugal, apresentou-se neste mundial com os meus defeitos que foram detectados na fase de apuramento e, como é lógico, deveriam ter sido ultrapassados na fase de preparação. Ainda em relação ao Professor, reconhecemos muitas qualidades na organização e estruturação de um projecto na sua forma global, mas em termos tácticos e na montagem de uma equipa, fica um pouco a desejar. As equipas de Carlos Queiroz, são bem organizadas no aspecto defensivo, mas muito curtas no ofensivo. É um treinador muito pragmático que joga pela certa, nunca arriscando nos momentos que devia faze-lo. Tacticamente tem algumas dificuldades em fazer a leitura correcta. Mas os problemas de Portugal, não foram só desportivos. A saída de Dany, o caso Deco, as declarações de alguns jogadores após a derrota com a Espanha, veio aclarar que realmente o ambiente entre eles e a equipa técnica não deveria ser a melhor para esta fase da competição. Basta lembrar a grande asneira de colocar o Ruben Amorim a jogar contra a Costa do Marfim, tinha chegado de Portugal à quatro dias, e com jogadores no banco que tinham estado desde o inicio da preparação. Está a perder e tira um trinco para por outro, opções sem logica, enfim...  Terminando, espero que os responsáveis façam uma reflexão profunda, quer ao nível da selecção, quer ao nível do futebol Português, para torna-lo mais competitivo, porque valores não faltam.


Medina

terça-feira, junho 22, 2010

FUTEBOL LAJENSE, QUE FUTURO...

Futebol lajense, que futuro…




Entendi que devia escrever sobre o futuro do futebol lajense. Porque, apesar de se dizer - e nalgumas situações até se pode constatar, que no contexto da ilha do Pico, estamos atrasados em relação a outros concelhos, digo-vos que, quer pelo nosso passado desportivo, quer pelas excelentes condições que possuímos, deveríamos ter uma equipa de futebol a disputar a Série Açores.

Mas, sabemos bem, qualquer modalidade desportiva deve ser sustentada por uma boa formação, já que esta contribui de forma essencial para a qualidade e sobrevivência, quer da modalidade em particular, quer do desporto em geral. Porque, se assim não for, o projecto não terá futuro pois as dificuldades serão imensas e complexas e, inevitavelmente, ficaremos nas mesmas condições em que se encontram outros clubes repletos de problemas financeiros e com seu futuro hipotecado.

Creio que há um assunto que deve merecer a nossa reflexão: será que na nossa ilha do Pico existem condições para se manter o número de equipas actualmente existente, com diversas modalidades? Será benéfico continuarmos a encher nossas equipas com jogadores de fora da ilha que, com honrosas excepções, pouca mais valia trazem ao nosso desenvolvimento desportivo?

Temos que ter referências da nossa terra, apetrechar nossas equipas com jogadores que pelo seu carisma tragam pessoas às instituições e, muito importante, sejam exemplo para os mais novos.

Os clubes do Pico, incluindo, naturalmente o meu Lajense, precisam de pessoas que para além de suas qualidades humanas, sejam muito rigorosos na forma de gerir, apresentem projectos credíveis e ambiciosos e sejam capazes de motivarem as pessoas a viverem e sentirem mais o seu clube, trazendo-as para dentro dele com vontade de o fazer ainda maior.

O Lajense precisa de uma direcção forte, dinâmica, capaz de criar condições para se fazer um trabalho de qualidade e, naturalmente, isso só se consegue com pessoas qualificadas e identificadas com o clube.

É bem sabido que os movimentos associativos nas Lajes sentem muitas dificuldades pois nem sempre as pessoas se mostram disponíveis para darem seu contributo. Mas… há que mudar de atitude e de mentalidade, a fim de conseguirmos fazer crescer o nosso clube.

Vale a pena, acreditem!

Claro que o sucesso dum projecto desta dimensão só se consegue com uma grande conjugação de esforços, envolvendo as forças vivas do nosso concelho e, naturalmente, com apoio camarário.

Basta olhar o projecto do Ribeirense.

Os princípios são os mesmos, contribuem para a valorização do nosso concelho, não me venham dizer que é diferente.

Sim, é possível engrandecer o nosso grande clube.

Estou seguro que muitos concordam comigo:

O Lajense tem que ser pensado no seu todo;

O Lajense é o expoente máximo do futebol no nosso concelho;

O Lajense merece estar num nível superior;

O Lajense precisa de todas as pessoas que gostam dele.

O futuro do futebol lajense pertence a quem, realmente, gosta deste grande clube.

 
Medina

segunda-feira, junho 14, 2010

MÉTODO DE TRABALHO APLICADO AOS TREINOS E JOGOS.





Um treinador de futebol juvenil, deve acima de tudo preocupar-se pelo estado social do atleta, quer isto dizer que a família e a escola têm prioridade sobre os treinos.

A nossa função é a de formarmos os homens de amanhã, através da prática do desporto. Todos nós sabemos que os jovens sonham sempre em serem grandes futebolistas, mas temos que os chamar á realidade e mostrar que os estudos é que são a aposta.

A formação profissional de cada um é muito importante não só para o atleta mas também para a sociedade em que vivemos.

Num treino desportivo de jovens atletas o treinador deve criar um grupo de regras obrigatórias e deve ser sempre o primeiro a cumprir as mesmas.

O Treinador deve ser:

- Bom ouvinte,

- Lógico, Credível e incisivo nas suas acções,

- Confiante,

- Amigo,

- Compreensivo e comedido,

- Deve estar a uma distância que permita que os jogadores sintam que podem falar e comunicar sem receios,

- Deve criar todas as condições para que o ambiente que rodeie a equipa seja o de uma 2ª família,

- Deve mostrar que a Instituição Clube está acima de qualquer jogador, treinador ou mesmo dirigente. Todas as acções que fazemos representam o clube e por isso temos que o dignificar,

- Deve criar condições para uma melhor interacção dos atletas com o treinador.


Psicologia no futebol

No meu entender o treino psicológico tem uma forte ligação no desempenho da equipa.

Um bom treino psicológico pode corresponder a uma percentagem extra de motivação para uma melhor realização dos objectivos.

Não quer isto dizer que seja necessário ter um psicólogo na equipa. Acredito que esta função possa ser desempenhada pelo treinador no decorrer do treino geral. É possível faze-lo graças ao seu conhecimento do universo que rodeia o futebol, da paixão pelo jogo, da experiência e do conhecimento da mente humana.

Pessoalmente, não abdico deste treino e acredito que possa estar aqui um dos segredos de uma boa época desportiva.

É o tentar despertar o lema “ amor á camisola “.

Preparação dos treinos:

Quando se tem um tempo reduzido de treino, temos que fazer um planeamento do mesmo de modo a poderemos retirar o máximo de rendimento. Assim temos que ser muito realistas, muito objectivos nos exercícios que planeamos para a equipa. Só assim é possível obtermos resultados a curto prazo.

Estes exercícios devem também ser múltiplos. Significa isto que um exercício deve tentar trabalhar várias vertentes como a capacidade motora, técnica, táctica e psicológica. As simulações de situações de jogo são igualmente uma boa opção.

O treino com bola deve fazer parte de cerca de 80% do treino realizado, ficando os restantes 20% para o trabalho físico.

Para permitir uma melhor interacção dos atletas com o treinador e com os treinos, poderá optar-se por nomear 3 capitães de equipa, que rodam entre si e com responsabilidades a nível dos treinos e jogos.

Penso que é importante os atletas entenderem o porquê da realização dos exercícios e participarem activamente na execução dos mesmos, pois só assim os podem executar na perfeição. Devemos fazer questão de lhes explicar todos os exercícios as vezes que forem necessárias e de ouvir as suas opiniões sobre os mesmos, permitindo assim estabelecer um nível de responsabilidade e respeito dentro do grupo.

É esta interacção que pode ser fundamental numa equipa.

Sempre que um atleta é substituído, devemos tentar conversar com ele e explicar o motivo da sua saída. Só assim eles podem compreender o que esteve mal e evoluir no futuro. Temos que ser sinceros e abertos para com os atletas.

Defendo que é assim que formamos uma verdadeira equipa !!!!


Nelson Rocha – Treinador de Futebol 11

VERÃO, SOL, CALOR, PRAIA...DIETAS

Apesar de o calor ainda não ter chegado, o Verão aproxima-se e com ele surge a urgência de se ter o corpo em forma.

Apesar de o calor ainda não ter chegado, o Verão aproxima-se e com ele surge a urgência de se ter o corpo em forma. Assim, os meses de Primavera e de Verão são aqueles em que as pessoas se predispõem a fazer sacrifícios em prol de uma boa performance física. Se umas procuram profissionais de saúde habilitados para prescrever um plano alimentar tendo em vista a redução de peso, outras chamam a si essa responsabilidade e ficam por sua conta e risco. Dietas de emagrecimento há muitas, mas quase todas comportam graves perigos, não fazem perder massa gorda e "resolvem o problema" por um curto período de tempo. Ou seja, as dietas loucas que passam de boca em boca ou que são divulgadas em revistas pouco cuidadosas prestam um mau serviço à saúde de quem quer emagrecer. Porque:

um plano alimentar para redução de peso tem regras;

diminuir de peso não pode ser a qualquer preço;

diminuir de peso e voltar a ganhá-lo não é saudável;

nem toda a diminuição de peso significa emagrecimento;

e com a saúde não se brinca.

É necessário ser-se responsável e não entrar em desvarios.

Para que ninguém prejudique a sua saúde atrás de falsas ilusões, de soluções fáceis e de corpos que, muitas vezes, são irrealistas em relação à nossa constituição corporal, deixamos aqui algumas dicas que não deve deixar de cumprir. Então:

faça uma lista dos alimentos que quer comprar e não abra excepções;

nunca vá às compras com fome;

não coma snacks fritos, alimentos muito doces e guloseimas;

frite o menos possível. Prefira os cozidos, os grelhados, as caldeiradas, os assados, mas use sempre pouca gordura;

retire dos alimentos toda a gordura visível e após a confecção dos mesmos retire a gordura que fica no caldo;

abuse das especiarias e das ervas aromáticas para que as refeições fiquem mais saborosas e para diminuir a utilização de sal;

a fruta e os produtos hortícolas ajudam à sensação de saciedade, pelo que devem estar presentes em todas as refeições;

coma sopa;

não petisque entre as refeições;

beba muita água. Prefira sumos naturais, chás e infusões a qualquer tipo de refrigerantes e evite as bebidas alcoólicas;

faça planos alimentares semanais ou diários e cumpra-os;

faça cinco ou seis refeições diárias, de modo a não concentrar a maioria dos alimentos em uma ou duas refeições

não salte refeições;

coma a horas certas, sentado, devagar e em ambientes sossegados;

não coma mais quando já se sente saciado;

desenvolva hábitos alimentares saudáveis.

Sertirmo-nos satisfeitos com o nosso aspecto físico é um direito legítimo e saudável, desde que sejamos realistas e não nos tornemos obsessivos. Por isso a alteração dos nossos comportamentos alimentares deve ter em vista toda a nossa vida e não o tempo em que, mais ou menos vestidos, nos expomos aos olhares dos outros.

segunda-feira, junho 07, 2010

TORNEIO INTERNACIONAL FUTEBOL INFANTIL / FERMENTELOS 2010

O Clube Desportivo Santa Clara, vai participar no Torneio internacional de Fermentelos, que se realizara nos dias 24 a 27 de Junho. Como treinador vai ser uma experiência imperdivel, porque vou estar em contacto com outras realidades, o que me vai tornar melhor treinador e acima de tudo melhor condutor de homens. Em relação aos miúdos, vai-lhes dar outro traquejo, outra maneira de estar no futebol e acima de tudo criar novas amizades.


INFANTIS A – MAIN COMPETITION



GRUPO A

A1 TOTTENHAM FC


A2 RC CELTA DE VIGO


A3 CD SANTA CLARA


A4 CD PAÇOS BRANDAO


A5 CD ARRIFANENSE



GROUP E

E1 ATLETICO MADRID

E2 CHARLTON ATHLETIC FC

E3 NAVAL 1º MAIO

E4 SPORT PROGRESSO

E5 AA MACINHATENSE



GRUPO B

B1 SL BENFICA

B2 FULHAM FC

B3 AF BRAGAFUT

B4 SC ESMORIZ

B5 SC S.JOAO VER



GROUP F

F1 SPORTING CP

F2 GIBRALTAR NT

F3 CD CINFAES

F4 SC ALBA

F5 AD VALONGUENSE


GRUPO C

C1 VFB STUTTGART

C2 CD FEIRENSE

C3 CCD OLIVAIS SUL

C4 PEDROUÇOS AC

C5 RD AGUEDA



GROUP G

G1 ASPIRE ACADEMY

G2 LYNGBY FF

G3 BOAVISTA FC

G4 FIAES SC

G5 LAAC


GRUPO D

D1 FC PORTO

D2 WOLVERHAMPTON

D3 O.BAIRRO SC

D4 CJS AROUCA

D5 UD MOURISQUENSE



GROUP H

H1 VILLARREAL CF

H2 WATFORD FC

H3 UD LEIRIA

H4 ADCR VATECA

H5 SC FERMENTELOS

FUTSAL

Uma equipa do Grupo Recreativo da EDA / GREDA, participou num torneio aberto de Futsal, em Santa Cruz da Lagoa. Claro que fomos encontrar todas as equipas com jogadores muito jovens e acima de tudo rodados nesta modalidade, inclusive, participam nas provas da Associação de futebol de Ponta Delgada. Mas, o que interessa é participar e conviver e, os resultados desportivos são secundários neste caso. Quero agradecer ao Presidente do GREDA, o jantar que nos ofereceu no final deste torneio. Aos meus companheiros até ao próximo!!!!





Medina

sexta-feira, junho 04, 2010

MUITA BOA GENTE DEVIA LER ESTA ENTREVISTA.........

Luís Proença – Entrevista a propósito de “Futebol – Começar Bem Para Chegar ao Topo”




Luís Proença, treinador especializado em futebol juvenil, lançou recentemente o livro “Futebol – Começar Bem Para ao Topo” (lançado pela Desportos & Lazer, uma divisão das Publicações Europa-América), uma obra destinada dar pistas na formação de futuros craques. O livro dirige-se essencialmente a treinadores de futebol juvenil necessitados de formação e de actualização de conhecimentos. Luís Proença falou do seu livro e das suas ideias ao Porta-Livros.




Porque sentiu necessidade de escrever e publicar este livro? Dirige-se a quem especificamente?


Mais do que uma necessidade, fui motivado pela noção adquirida ao longo destes 10 anos a exercer a actividade de treinador de que há enormes carências em Portugal no capítulo da formação e actualização dos treinadores de futebol juvenil, sobretudo daqueles que exercem esta actividade nos clubes de pequena e média dimensão, que são, como se sabe, a sua grande maioria.


A Federação Portuguesa de Futebol e as Associações não garantem uma formação regular e contínua àqueles treinadores que, por não terem formação académica na área do desporto (ainda a grande maioria), e que não têm acesso ao universo restrito e elitista dos cursos de Nível III e IV da UEFA, se vêem obrigados a actualizar-se recorrendo a material informativo estrangeiro divulgado através da Internet.


Por outro lado, escasseia a oferta bibliográfica sobre treino no futebol juvenil, quer no que respeita a monografias, quer no que concerne a publicações periódicas. O que se encontra nas livrarias são sobretudo compilações de exercícios de treino avulsos.


Ciente destas carências decidi aproveitar a experiência adquirida e as muitas horas de estudo e pesquisa que fui fazendo ao longo destes anos para escrever um livro dirigido sobretudo ao largo universo de treinadores do futebol infanto-juvenil que exerce a sua actividade nos clubes de pequena e média dimensão, para os quais pode ser um bom instrumento de trabalho.


No entanto, e apesar de ter tido a preocupação de não desvirtuar as bases científicas do treino desportivo, redigi o livro numa linguagem menos técnica, mais acessível portanto a quem não tem a referida formação em desporto, facto que alarga o universo de destinatários deste livro, que pode e deve ser lido pelos encarregados de educação dos jovens candidatos a jogadores, e até pelos próprios praticantes.


Acha que há muita gente sem preparação a dirigir jogadores infantis e que isso pode ser prejudicial para os próprios futebolistas, nomeadamente a nível físico?


Infelizmente ainda continua a haver muita gente sem qualquer qualificação a trabalhar no futebol infantil. Trata-se de um cenário que tem vindo lentamente a mudar fruto da popularização dos cursos de Desporto, havendo cada vez mais licenciados e bacharéis nesta área a quererem trabalhar no futebol, facto que vai permitindo aos pequenos e médios clubes ir paulatinamente substituindo os “carolas” que punham os miúdos aos pontapés na bola por gente que tem uma abordagem mais qualificada do treino.


O nível de exigência e responsabilidade inerente ao trabalho com jovens de tenra idade em plena fase de crescimento psicomotor é totalmente incompatível com qualquer forma de treino empírico, cujos conteúdos físicos, técnicos e tácticos não se adequem minimamente a essa realidade. Para além dos vícios de índole técnica e táctica que dificilmente são corrigíveis em patamares etários mais avançados, e que condicionam definitivamente a possibilidade de sucesso desportivo na modalidade de praticantes que até poderiam ter qualidades inatas para ir muito mais longe, há ainda o risco real de contracção de lesões físicas crónicas fruto de conteúdos de treino totalmente desadequados para as idades em que são ministrados.




E a eterna questão de conciliar estudos com a prática desportiva, tem solução?


Trata-se na minha perspectiva de um problema cultural. Sustento a total compatibilidade entre os estudos e a prática desportiva. O problema é que numa modalidade como o futebol tão endeusada neste país, em que se bebe, come e dorme futebol, há uma excessiva mediatização dos praticantes de topo, cujo estilo de vida nos entra pela casa adentro todos os dias e a toda a hora.


Criou-se a convicção errada de que uma carreira no futebol é a garantia de uma vida abastada. Muitos pais perspectivam e anseiam para os seus filhos uma vida de sucesso no futebol, pelo que, ao mínimo sinal de que há capacidade inata para praticar a modalidade, alimentam excessivas expectativas em relação aos miúdos. Essas expectativas com que nós treinadores nos deparamos todos os dias, quer da parte dos miúdos quer da parte dos pais, é gerida de forma negativa, representando na maior parte das vezes, e apesar das nossas recomendações, um desinvestimento real no percurso e no rendimento escolar, quando devia ser precisamente ao contrário.


Penso que cabe aos pais, em primeira linha, inverter este estado de coisas e restabelecer as prioridades. Primeiro a escola, depois o futebol. Há tempo para ambas as coisas sem prejuízo uma da outra.


Como é que vemos já na alta competição tantos futebolistas que parecem mais preocupados com o êxito pessoal do que com o colectivo, esquecendo por vezes a entidade empregadora com a qual assinaram contrato de livre vontade? Tem que ver com as características de cada um ou foram mal “formatados” desde início?


A resposta à pergunta anterior esclarece um pouco a origem de uma certa mentalidade egocêntrica que existe neste meio. É óbvio que o perfil psicológico de cada jogador pode contribuir mais ou menos para o acentuar dessa faceta, mas a verdade é que o enraizar da noção de que o futebol é primeiro um negócio e depois uma modalidade veio contribuir seriamente para que se instalasse uma mentalidade mais comercial que muitas vezes relativiza o velho conceito de “amor à camisola” que caiu em desuso. É verdade que os jogadores se preocupam muitas vezes é com a perspectiva de um contrato melhor, mesmo que para tal tenham que secundarizar certos conceitos próprios de uma modalidade colectiva que exige um grande compromisso em torno de objectivos comuns para que possa haver sucesso desportivo.


Como se consegue dosear a quantidade de ensinamentos e treino específico sem minar o talento e a criatividade de cada um?


É sem dúvida uma excelente pergunta. O que é importante é fazer compreender aos jogadores mais dotados tecnicamente que devem colocar as suas capacidades inatas ao serviço do colectivo. Hoje em dia as exigências tácticas do futebol impõem que cada vez mais se valorize o rigor táctico em detrimento da mais-valia técnica individual. Para os jogadores mais dotados nesse capítulo devemos incentivá-los e criar rotinas para que usem dessa sua mais-valia no tempo e no espaço próprio no contexto organizacional do jogo. Se os habilitarmos a usar essa sua arma no momento e no sítio certo durante o jogo, instruindo-o a desempenhar outras tarefas importantes na dinâmica da forma de jogar da equipa em qualquer das fases do jogo, estamos a contribuir para o tornar ainda melhor.


Continua pois a haver espaço para a criatividade e talento mais dirigida a momentos específicos do jogo e no espaço certo do terreno de jogo.


Hoje em dia já não há espaço para aqueles jogadores que pegam na bola junto à sua baliza e tentam sistematicamente fintar todos os adversários que lhe aparecem pela frente mantendo o resto da equipa na expectativa do sucesso ou do insucesso dessa acção.


Devemos, pois, no âmbito do trabalho das rotinas inerentes à forma de jogar de cada treinador, criar os conteúdos que permitam a esses jogadores usar desse seu talento no momento e no local próprio.


Há formas de preparar um futebolista em formação para a eventualidade de poder nunca passar de um futebolista mediano, destinado a fazer carreira nos escalões secundários?


Eu diria que a única forma de o preparar para tal, é fazendo-o perceber que deve trabalhar sempre na perspectiva de chegar ao topo, pois se o fizer bem e se for persistente, mesmo que não tenha a sorte de lá chegar, poderá pelo menos um dia beneficiar da possibilidade de aliar o rendimento do seu trabalho fora do futebol ao rendimento extra que pode auferir no fim do mês fazendo uma coisa que adora: jogar futebol, mesmo que seja num clube de dimensão distrital. E essa só por si já deve ser uma motivação extra para que se entregue ao máximo mesmo que antecipe que tem poucas hipóteses de ser um dia um futebolista profissional.


Como se deve lidar com os pais ou familiares, às vezes tão ávidos de terem um craque na família?


Podia dizer que uma atitude pedagógica dos treinadores perante esses pais poderia contribuir para atenuar essa dose excessiva de expectativas. Contudo, infelizmente, a experiência diz-me que há muitos pais que nem sequer querem ouvir uma recomendação no sentido de não criarem doses excessivas de expectativas em relação aos seus filhos. Na maior parte dos casos esses pais associam essa posição do treinador a má vontade ou perseguição aos seus filhos em detrimento de outras crianças. A avidez provoca a cegueira…


Como se motiva miúdos que chegando a clubes organizados e federados deixam de jogar só pelo prazer de jogar e passam a ter de respeitar horários, calendários, estratégias e treinos colectivos, e que, eventualmente, são desviados para posições em campo que não eram as que mais lhe agradavam?


Antes de mais cumpre-me esclarecer que quando falo nos clubes de pequena e média dimensão me estou a referir obviamente a clubes federados. Hoje em dia, praticamente todos os clubes que têm pré-escolas, escolas e departamentos de futebol infantil e juvenil são federados, pelo que estão adstritos à calendarização oficial das competições das respectivas associações ou federação, havendo já muitos que têm regulamentos internos que impõem algum rigor à prática desportiva em termos de cumprimento de horários, assiduidade aos treinos e disciplina.


Na verdade, e por todos os clubes por onde passei, os jovens que não quiseram cumprir com as regras internas, formais ou informais, em termos de horários, assiduidade e disciplina acabaram afastados desses clubes, pelo que, e como eu costumo dizer, só lá está quem quer e está preparado para aceitar essa realidade. Caso contrário, é melhor limitar-se ao futebol de rua. Tal não impede que joguem e treinem com prazer.


Questão diferente é a utilização dos jogadores fora das posições que mais lhe agradam.


Antes de responder a esta questão, adianto que reconheço importância, sobretudo nos escalões de pré-competição (escolinhas, escolas) e até nos infantis, de proporcionar aos jogadores experiência e rotinas em posições diferentes. Sobre este assunto, que está muitas vezes na origem de focos de conflituosidade entre treinadores e jovens jogadores, deve prevalecer em primeiro lugar a noção de que o treinador está habilitado a perceber em que posição ou posições é que determinado jogador, em função das suas características, pode atingir níveis adequados de rendimento individual e colectivo.


Por outro lado, deve explicar-se ao jogador que o facto de ser utilizado pontual ou mais sistematicamente fora da posição que mais lhe agrada o pode enriquecer enormemente em termos tácticos e capacidade de perceber a organização dinâmica do jogo em si. Fica com uma noção mais abrangente do jogo e ganha outras competências que o podem até valorizar no futuro quando chegar ao futebol sénior, contexto onde muitas vezes a versatilidade táctica de um jogador lhe abre as portas para jogar em plantéis em que a sua posição de preferência está normalmente ocupadas por jogadores mais experientes. Claro que num contexto em que chamamos um jovem jogador para treinar e competir numa posição em que não está rotinado devemos apoiá-lo municiando-o com advertências técnicas e tácticas que lhe permitam enfrentar a tarefa com hipóteses de sucesso, o que a acontecer vai não só aumentar a sua confiança como a sua disponibilidade para repetir a experiência no futuro.

terça-feira, junho 01, 2010

ALIMENTAÇÃO DO ADOLESCENTE DESPORTISTA

A alimentação do adolescente desportista



A adolescência e a prática regular de exercício requerem alguns ajustes ao nível da alimentação. Os jovens necessitam de um regime alimentar adequado, de forma a que o corpo se encontre preparado para as novas exigências.

Comece-se por enaltecer todos os jovens que optam pela prática de uma qualquer modalidade desportiva e também os seus pais ao permitirem, facilitarem ou, até mesmo, incentivarem essa prática. A prática desportiva regular é benéfica para os jovens a vários níveis:

físico: desenvolve e melhora a condição física geral, ajuda a reduzir a tensão arterial, equilibra o processo de apetite/saciedade;

psíquico: contribui para um estilo de vida mais saudável, diminui a pressão do dia-a-dia, cria desafios, estimula o alcançar de objectivos;

social: fortalece o espírito de grupo, promove o cumprimento de regras, facilita o convívio, permite uma boa ocupação dos tempos livres.

Ser adolescente e praticar regularmente - pelo menos 3 a 4 vezes por semana - uma determinada modalidade requer reajustes ao nível alimentar. A adolescência caracteriza-se pelo grande desenvolvimento físico - ósseo e muscular - do organismo num, relativamente, curto espaço de tempo e, por outro lado, a prática desportiva caracteriza-se também por, a nível físico:

- desenvolver e fortalecer a massa muscular, incluindo o coração;

- elevar o metabolismo basal - consumo energético necessário para o funcionamento do organismo, quando está em repouso;

- consumir as gorduras acumuladas.

Assim, é importante proceder a algumas alterações quanto ao regime alimentar normal dos adolescentes, de modo a responder às necessidades específicas dos jovens desportistas.

1. Refeições

Primeiro almoço - deve ser completo e rico em hidratos de carbono de absorção lenta - farináceos - e média - frutas.

Refeição anterior à prática desportiva - deve ser feita duas horas antes, ser rica em hidratos de carbono de absorção lenta e média, ser rica em líquidos - água e sumos de fruta natural -, ser mais pobre em gorduras e ser de fácil digestão.

Refeição a seguir à prática desportiva - deve ser feita até uma hora após o fim da actividade física e deve ser semelhante à refeição indicada no ponto anterior.

2. Nutrimentos

Ligeiro aumento dos alimentos em geral, de modo a proporcionar o aumento necessário de proteínas, lípidos e hidratos de carbono. Estes não necessitam nunca de ser de absorção rápida, ou seja, de produtos ricos em açúcar.

Não há qualquer necessidade de suplementos e o consumo de líquidos deve ser feito antes, durante e depois da actividade física.


A par do incentivo que deve ser feito para a prática regular de uma qualquer modalidade desportiva, deve-se ensinar e proporcionar aos jovens um regime alimentar adequado - o que comer, como e quando -, de forma a que o corpo esteja preparado para essa nova exigência e dela possa retirar todos os benefícios.

DESPORTO É SAÚDE?

Desporto é saúde?


Morte de atleta em campo traz à tona discussões sobre a prática de esportes em nível de competição. Em princípio, a resposta ainda é sim. Mas, para especialistas, excesso de exercícios em esportes de competição não é saudável



Por Renato Marques

No último dia 28 de outubro, o esporte brasileiro viveu um dos momentos mais delicados de sua história. Aos 14 minutos do segundo tempo da partida entre São Paulo e São Caetano, válida pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro, o zagueiro Serginho, do Azulão, caiu em campo. Atendido rapidamente pelos médicos das duas equipes, o jogador não resistiu, falecendo algumas horas depois no hospital para onde foi encaminhado.

Nos dias que se seguiram ao incidente, muitas especulações tomaram conta do noticiário. Tudo foi questionado, desde a atuação dos médicos até um possível atraso na saída da ambulância, passando pela negligência dos dirigentes do São Caetano. Embora já se reconheça o caso como uma fatalidade, que poderia ter ocorrido em qualquer circunstância, trouxe à tona uma série de discussões sobre o esporte de competição e suas conseqüências.

A primeira, e talvez mais grave, das constatações é a de que, definitivamente, esporte competitivo não é sinônimo de saúde - ao contrário do que pensa a grande maioria. Levar e manter atletas no limite da capacidade física é uma atividade de risco, que pode provocar sérios danos ao corpo do esportista. "Se considerarmos rigidamente os conceitos de saúde, o esporte de competição não pode ser considerado uma prática saudável. Com certeza, não", crava o fisiologista e coordenador do CEMAFE/Unifesp (Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Universidade Federal de São Paulo), Turíbio Leite de Barros.

"Se considerarmos as estatísticas de lesões e problemas físicos, a maioria deles no próprio aparelho locomotor, os indivíduos que praticam esporte competitivo têm uma incidência muito maior. Pior do que isso é que, na terceira idade, eles carregam seqüelas que se distanciam muito do conceito de vida saudável", complementa Barros. "Na realidade, a principal razão para isso ser verdadeiro é que quando o objetivo é a competição, claramente não se busca saúde. A busca é por dinheiro. E é isso que faz com que se tornem necessárias sérias concessões em termos de saúde."

Logicamente, não se pode culpar unicamente o esporte competitivo pelas mortes ocorridas nos campos de futebol. A prática esportiva, ainda que em excesso, não mata ninguém isoladamente. Mas também não se pode negar que essa prática desmedida, muitas vezes cobrada dos atletas atualmente, tem papel decisivo na evolução de determinados quadros patológicos, tornando o atleta mais vulnerável a determinadas complicações. Sendo assim, a situação só chegará a condições críticas se houver uma doença pré-existente - o esporte não cria cardiopatias, por exemplo.

No entanto, essa atividade, classificada como profissional, pode provocar alterações no quadro geral do atleta e, principalmente, acelerar determinados quadros patológicos. "Isso também não quer dizer que a pessoa vai morrer por fazer atividade física. É preciso ter uma doença de base para que uma atividade muito intensa possa desencadear algum problema", explica o Médico Especialista em Medicina Esportiva do CEMAFE/Unifesp, Paulo Zogaib. "Se o indivíduo faz uma atividade muito intensa, durante muito tempo, pode criar desadaptações, ou seja, alterações, nos sistemas cardiocirculatório, pulmonar, endócrino, neurológico, até no aparelho locomotor, que são lesivas ao corpo."

Sobrecarga e saúde do coração

Neste contexto, por incrível que pareça, o órgão menos atingido é o próprio coração - a não ser, naturalmente, que já exista uma cardiopatia. "Não existe nenhuma evidência na literatura médica de que o exercício, mesmo de alto rendimento, traga problemas ao coração. De fato, o atleta tem um coração diferente do individuo normal", afirma Barros. "Mas se este atleta não tem nenhuma doença, é um coração diferente porque ele é supernormal. Nunca anormal ou sub-normal. É o órgão, na verdade, que menos problemas tem com o excesso de atividade."

Ainda assim, dois pontos precisam ser tratados com cuidado. Em primeiro lugar, a questão de que a sobrecarga de exercícios pode acelerar processos patológicos causados por má-formação genética, podendo provocar, até mesmo, um ataque fatal. "Traçando uma metáfora, podemos dizer que a atividade física, no caso, é o gatilho, não a pólvora. A pólvora já existia ali e ela poderia explodir se o indivíduo estivesse em casa, ou, como muitas vezes acontece, até dormindo", diz Barros. Nessas situações, no entanto, é praticamente impossível controlar este "gatilho".

Isso acontece porque no esporte competitivo, ao contrário do que acontece nas atividades físicas leves e que visam apenas o condicionamento físico, não há como controlar a carga de exigência, uma vez que os limites são extremamente tênues. No caso das atividades controladas, é possível dimensiona-las para que funcionem, até mesmo, como elemento curativo em algumas patologias. No entanto, em meio a uma disputa importante, seja uma final no futebol, uma corrida no atletismo ou os 100 metros na natação, é difícil - até mesmo pelo envolvimento emocional - controlar a carga aplicada no atleta de maneira que ela não ultrapasse o limiar permitido pela doença que ele carrega.

"Não há como controlar a sobrecarga no esporte competitivo. Isso acaba, na grande maioria das vezes, sendo prejudicial, mesmo que a atividade pudesse beneficiar aquele indivíduo", afirma Zogaib. "Imagine um atleta em uma final de campeonato. Ele vai se envolver emocionalmente e correr muito mais do que pode. Esse controle não funciona. Se você precisar controlar a carga, se o indivíduo tiver limitação de prática esportiva, não pode praticar esporte competitivo."

ATLETAS DE FIM DE SEMANA


Atletas de fim de semana


Para quem curte uma prática de esportes apenas de vez em quando, vale lembrar o ditado: ´é melhor prevenir do que remediar`



Por Renato Marques

Você é daqueles que adora bater uma bola no final de semana? Reúne os amigos no sábado e joga a manhã toda, certo? Ou então, gosta de jogar um tênis para relaxar e esquecer a semana. Ainda, gosta mesmo é de cair na piscina e nadar por horas, tentando melhorar seu próprio desempenho - ainda que longe dos profissionais. Seja qual for o seu caso, saiba que o mais importante é se prevenir para evitar surpresas desagradáveis. E não é preciso ficar alarmado, porque, se bem direcionado, o esporte pode ser de grande auxílio na sua estafante rotina diária.

Para o fisiologista e coordenador do CEMAFE/Unifesp (Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Universidade Federal de São Paulo), Turíbio Leite de Barros, a prática de esportes, ainda que esporádica, deve ser incentivada, mas sempre com cuidado. "O futebol de final de semana é um lazer. E é um momento que, do ponto de vista de doenças provocadas por excesso de trabalho, é uma terapia. Então isso deve ser valorizado e não desestimulado", diz. "Agora, é evidente que para valorizar a importância desse momento na vida de qualquer um também é importante estar alerta para eventuais riscos que ele possa correr ao fazer isso."

Falar em riscos, embora possa parecer alarmante, não deve ser visto sob este ponto de vista. É muito melhor avaliar os riscos e tentar eliminá-los para garantir uma prática tranqüila, do que estragar a própria diversão com uma contusão - ou mesmo com algo mais sério. "Na verdade, o principal risco que se corre é que esse lazer acabe sendo o gatilho de manifestação de uma doença", diz Barros. "Essa atividade física pode disparar uma ocorrência até mesmo fatal de uma patologia que ele já é portador e não sabe. Nesse caso, o próprio prazer trazido pelo jogo deve ser um motivo para realmente se preocupar com a prevenção."

Sendo assim, fique atento aos seguintes conselhos:



1>> Em primeiro lugar, você precisa conhecer o seu corpo. Em cada detalhe. Conhecer sua condição física, saber se está em situação favorável à prática de esportes. Para isso, o primeiro passo é consultar um médico. "O exame médico é obrigatório. Muitas pessoas possuem patologias e não sabem disso. São pessoas que ficam dez, quinze anos, sem ir ao médico, sem fazer um exame mais aprofundado e se metem a praticar esportes", explica o coordenador do curso de Educação Física da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), Flávio Delmanto.

"Antes de começar a fazer uma atividade, é importante passar por uma consulta médica, conversar com um especialista. Mesmo que não sinta nada. Se sente alguma alteração, algum sintoma mais complicado, aí tem uma razão ainda mais importante para passar por um check-up", aconselha o Médico Especialista em Medicina Esportiva do CEMAFE/Unifesp, Paulo Zogaib. "Muitas vezes o jovem acha que não tem que fazer o exame. Mas, no fundo, também precisa. Se já fez exame e sabe que não tem problema físico, tudo bem. Mas o certo é que todos, independente da idade, façam exame médico antes de começar a praticar esportes", acrescenta Delmanto.



2>> Se você acha que basta bater uma bolinha no final de semana e está tudo certo, errou. Manter uma atividade física regular é o melhor caminho para uma prática esportiva saudável. É o que alerta o doutor Zogaib: "Não dá para fazer exercícios uma vez por semana, mesmo que o futebol só ocorra aos domingos. Se mantiver bom condicionamento, melhorar a condição cardio-respiratória, circulatória, muscular e fizer uma dieta, o indivíduo vai estar apto para jogar no fim de semana. O complicado é ele não fazer nada a semana inteira e, no fim de semana, jogar duas, três horas de futebol. O organismo não está apto a isso".

Deixar a manutenção física apenas para o futebol, ou o tênis, ou o vôlei - em geral, atividades de impacto - é uma agressão ao corpo. É como tirar um veículo do zero e exigir que, em poucos instantes, ele chegue a 200 km/h e mantenha esse desempenho. "Tudo que se puder fazer é ponto favorável para atenuar o impacto exagerado. Mesmo que a pessoa só possa fazer, realmente, uma caminhada duas ou três vezes por semana. Já seria alguma coisa e traria resultado", acrescenta Barros.



3>> A palavra-chave é prevenção. Se você está se cuidando, fez o check-up preventivo, está mantendo um bom condicionamento físico, parabéns. Suas chances de obter um bom desempenho - no sentido da saúde, não apenas de alcançar vitórias - são maiores. No entanto, se você não segue nada disso, e durante a pratica sentiu algo diferente, ainda que de leve, pare. Esse é um sinal do seu corpo de que algo está errado. Aí, é hora de procurar um médico e relatar a ele o problema, fazer um check-up e garantir que tudo não passou de um susto.

"Se o indivíduo sentir a respiração ofegante, ou seja, falta de ar; batedeira no peito; suor profuso; tontura; desmaio; dor de cabeça; dor abdominal persistente: esses são sinais de que alguma coisa não está funcionando legal", alerta Zogaib. "Então, o cara tem que parar, fazer uma avaliação física, passar por uma consulta médica. Nesses casos, é claro que o organismo não está suportando a carga e alguma coisa está fora da programação."



No mais, o que importa é curtir o seu futebolzinho (ou o tênis, a natação, o vôlei) com seus amigos com tranqüilidade. Se estiver tudo seguro, o esporte irá acrescentar saúde à sua vida. Não apenas no reflexo do condicionamento físico, mas também em relação à saúde mental, efetivamente como uma terapia. "Se a pessoa puder estender essa proposta a algo um pouco mais metódico, como manter uma atividade regular e depois jogar, além de ter o prazer e a integridade física preservados, ele registrará melhora de saúde e da qualidade de vida em conseqüência disso", finaliza Barros.