quarta-feira, setembro 18, 2013

Pedrada no Charco II


 

 
Vamos constando no futebol de formação que todas as épocas são marcadas por um grandenúmero de atletas que mudam de clube. Creio que importa analisar a frio o que está na origem deste pingpong de atletas. Uma parte, resulta por iniciativa dos encarregados deeducação que querem ver o filho no clube, que no plano teórico, seja o mais forte candidato a vencer asprovas onde irá participar, mesmo sabendo à priori que levando o filho para aquele clube, as possibilidades de o atleta jogar regularmente sejam diminutas. Outra causa paraeste ping-pong, resulta do mal-estar acumulado durante o decorrer da época entre alguns dos “visionários”encarregados de educação que vão discordando dos métodos e das opções do treinador e, de forma irreflectida e autoritária optam, independentemente da vontade do filho, por o levar para outro clube. Em muitos casos chegam ao extremo de o retirar da prática desportiva antes de terminada a época. Mas não se pense que este ping-pong resulta apenas destes actos inconsiderados de alguns encarregados de educação. Em muitas situações são os próprios treinadores que estão no futebol de formação tendo como único objectivo a busca de títulos, que vão tentando em pleno defeso convencer atletas e respectivos encarregados de educação de que estão a construir equipas que irão vencer tudo, nem que isso fosse o mais importante em processo de formação. Certo é que alguns atletas e encarregados de educação cedem aos intentos dos treinadores que autointitulam- se os treinadores da nova vaga/geração. Por fim uma palavra aos dirigentes de alguns clubes que vão pactuando com este tipo de “política” desportiva, o que se lamenta, aliás, o aceitar/corroborar com estes procedimentos não é mais do que em muitos casos gerar ódio a alguns clubes,noutros aumentar esse mesmo ódio, como tem ficado bem patente em alguns jogos no futebol de formação que terminam em verdadeiras batalhas campais.Impõe-se uma ruptura com o passado recente, urge convergir num único sentido, o da prática desportiva pela prática desportiva, onde clubes, dirigentes, encarregados de educação, treinadores e atletas tenham oseu antagonista como adversário e não como inimigo, tendo consciência que sem adversários não será possível competir, e que para evoluir competindo é necessário que os adversários tenham qualidade. Não é possível evoluir no plano desportivo se a “política” continuar a ser a de enfraquecer os adversários, retirando-lhes os atletas de valor.

 

Humberto Rosa

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