OPINIÃO/VISÃO DO COACH
24-11-2014 15:22
Treinador que dá autonomia às equipas mas que quer controlar
Por Rui Lança sapodesporto@sapo.pt
Nos últimos dias tenho trocado várias opiniões com uma série de treinadores e pesquisadores na área das equipas desportivas, atletas e metodologia do treino. As discussões mais modernas andam muito em redor da autonomia e flexibilidade dos modelos ou planos das equipas, impostos, claro está, pelos seus treinadores.
A disposição das equipas nos seus jogos vai evoluindo cada vez mais para uma disposição menos fixa e mais variável. Dando mais liberdade aos seus atletas para decidirem à sua mercê…mediante um filtro. E este filtro pode ser menor ou maior consoante o grau de liberdade que os treinadores queira disponibilizar aos seus atletas e mediante…o controlo que consegue ter nesse risco de doar a tal liberdade.
A discussão anda em redor de treinadores que potenciam os seus atletas a executar e / ou a pensar. E não há o melhor dos dois mundos. Sabemos que no desporto como em qualquer outra área de mercado, colaboradores ou jogadores com autonomia, aumentam as hipóteses de tomarem boas opções mas também que a flexibilidade dada aos jogadores pode trazer tomadas de decisão muito díspares. A questão para os treinadores será…como dosear a autonomia e continuar a controlar a sua equipa e quase todos os jogadores?
Acredito que não existam medidas rígidas e corretas para todas as realidades e contextos. Cada caso é um caso diferente e cabe ao treinador quantificar e qualificar como é que os seus jogadores são capaz de assumir individual e coletivamente esta responsabilidade.
Acredito muito que esta será a discussão de um futuro próximo no desporto. As equipas a ficarem mais ‘indicisplinadas’ no campo e perceber como o treinador pode continuar a controlar e dominar o que se passa em campo. Não apenas com os melhores exercícios e melhores jogadores, mas haverá um mecanismo que o faça estar menos dependente da imaturidade na tomada de decisão de algum jogador.
Certamente todos os treinadores se encaixam num destes quadrantes quando os cruzamos num modelo entre a autonomia das equipas e na perda de controlo por parte do treinador. Onde estará Lopetegui? Jorge Jesus? Rui Vitória? Marco Silva? Quais as vantagens de os caracterizar neste modelo? Existirá uma relação (mais direta ou mediada) entre o seu perfil neste modelo e a forma como gostam que as suas equipas joguem. Vamos descobrir mais e partilhar aos poucos.
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