quarta-feira, julho 28, 2010

VIAGEM NO CANAL, NUM BARCO DE BOCA ABERTA

As minhas histórias........

  Como muita gente sabe, para alem de começar a jogar futebol oficial no Futebol Clube da Madalena, a minha formação como atleta foi feita no velhinho e saudoso campo das Lajes, no campo de São Mateus e na porta da garagem de meu Pai.
  Mas a história de hoje, relata um episódio que se passou quando já jogava nos seniores da Madalena, mas ainda com idade de juvenil.
  No inicio da época desportiva 79/80, fomos disputar com o Flamengos a supertaça, que colocava frente a frente o campeão da Associação de Futebol da Horta e o vencedor da Taça, que dava acesso à Taça de Portugal. O primeiro jogo foi realizado no Faial no campo dos Flamengos, num domingo à tarde.
   No ultimo treino da semana ( Eu como vivia nas Lajes não fazia todos os treinos semanais), foi me dito que o jogo era ás 15 horas e que saiamos do porto da Madalena pelas 13 horas. Como era habitual, meu pai ( João Medina ), acompanhava-me sempre para todos os jogos que eu realizava e nunca levou um escudo de frete ao Futebol Clube da Madalena.
  Partimos de casa nas calmas, como sempre, porque meu pai andava sempre aos 20 à hora. Ao chegar à Madalena, tinha sempre o habito, de olhar para o porto para saber se a lancha estava perto ou se tinha alguém. Qual não foi o meu espanto em não ver nenhum movimento de pessoas, nem lancha em parte nenhuma. Paramos o carro em frete ao café do Cristiano, penso que era esse nome, e fomos saber o que se passava.
  Encontramos o nosso amigo Carneiro que nos disse que tinham ido para o Faial na Lancha das 12 horas, as lágrimas iam-me caíndo e fiquei num sofrimento porque não ia disputar esse jogo. Conversa puxa conversa e lembrei-me de irmos para o Faial de barco de pesca, mas tinha que ser decidido de uma forma rápida para eu poder chegar a tempo do jogo. Fomos falar com o Piriquita que tinha um barco de boca aberta, que nos disse que não levava dinheiro nenhum, mas que pagassem o combustível, meu pai prontificou- se logo. Entretanto era necessário ligar para o campo dos Flamengos para falar com o José Manuel, nosso dirigente, para por o meu nome na ficha do jogo. Tudo combinado. Partimos na nossa viagem memorável. Lancha para o mar, estava em cima do cais e la fomos nós. Quero lembrar que o senhor Andrade da padaria, também foi connosco. Realmente o mar não estava muito manso mas deu para fazer bem a viajem, de repente la se levava com alguma agua salgada na cara mas não era nada de outro mundo.
 Chegados ao porto da Horta, e depois de passarmos o canal em cerca de 1.30 minutos, apanhamos um táxi e fomos em alta velocidade para os Flamengos. Recordo-me que cheguei ao balneario, estavam quase a entrar para o campo e ficaram todos a olhar para mim como admirados. Logicamente que não entrei a titular pelos motivos que indiquei. O Flamengos tinha uma grande equipa com jogadores experientes e com muito valor, nós também não ficávamos a trás. Acontece que ao jogar em casa e com o factor publico a seu favor, mais o campo ervado, o Flamengos chegou aos 3-0 na primeira parte. Ao interva-lo, o  Manuel Serpa, nosso treinador na altura, mandou-me aquecer para entrar no inicio da segunda. Ora bem. Não passou muito tempo para fazer o  3-1, e logo a seguir reduzi para os 3-2. O jogo estava aberto e muito bem disputado e nos acreditamos que podíamos levar para a segunda mão no Pico, um melhor resultado. Mesmo quase no final do jogo e numa jogada individual da minha parte, depois de passar por alguns adversários, dei a marcar o golo do empate ao Mário Fernando. Foi uma festa enorme e para mim foi uma alegria imensa depois de ter passado o que passei para chegar ao campo dos Flamengos.
Quero lembrar que no jogo da segunda mão no Pico, ganhamos por 6-1 e marquei quatro golos. Neste jogo estava um amigo nosso atrás da baliza do barracão, e ao marcar um dos golos veio dar-me um abraço, mas antes, apanhou um grande susto porque caiu de cima do muro para dentro do campo. Quero agradecer e homenegear publicamente  meu PAI, por tudo o que fez por mim e acima de tudo, era o meu maior critico, para que eu melhorasse em alguns aspectos como jogador.

Medina

2 comentários:

Paulo Pereira disse...

Ó Zé, tens aí uma história engraçada.
Fico à espera das próximas.

Um abraço

Medina disse...

Amigo Paulo,

Concerteza que haverá mais histórias e das boas. Tenho muito que contar.

Um abraço

Medina