terça-feira, março 09, 2010

QUE PERFIL DEVERÁ TER O TREINADOR DE FUTEBOL DE JOVENS?

Formar Jovens futebolistas é uma actividade pedagógica aliciante e atractiva, que exige por parte de todos os que a dirigem, uma qualificação adequada e um elevado sentido de responsabilidade para com o praticante, o sistema desportivo e a sociedade.


A formação desportiva é um processo globalizante, que visa não só o desenvolvimento das capacidades específicas ( físicas, tácticas-técnicas e psíquicas) do futebol, como também a criação de hábitos desportivos, a melhoria da saúde, bem como a aquisição de um conjunto de valores, como a responsabilidade, a solidariedade e a cooperação, que contribuam para uma formação integral dos jovens

Uma recente investigação feita pela Federação Italiana de Futebol (1999), conclui, que dos 19.000 jovens que se iniciam na prática do Futebol, apenas um consegue vir a jogar na primeira divisão. Os restantes, acabam por vir a jogar nas restantes divisões ou deixam de jogar Futebol.

Poderemos então questionar:

Que tipo de formação deverá proporcionar o Futebol?

Uma formação específica dirigida apenas para os futebolistas de elite?

Ou uma formação globalizante que sirva, simultaneamente, os interesses do cidadão comum e a do futebolista do futuro?

Não nos restarão muitas dúvidas que teremos de optar por esta última via.

Sendo assim, não poderemos desperdiçar este motivante e poderoso meio educativo que constitui o Futebol, devotando a educação dos jovens a “carolas” que, embora com toda a boa vontade e entrega à causa, não possuem qualquer formação que lhes permita desempenhar esta tarefa com a competência que se impõe.

O educador/treinador de jovens, não poderá continuar a ser o ex-praticante ou o praticante em final de carreira, que sem formação específica é convidado para treinar os jovens, como recompensa pelos muitos anos de dedicação ao seu clube, e que se limita a aplicar a sua experiência de antigo atleta e a organizar e a dirigir sessões de treino.

“ As qualidades dos atletas e dos treinadores são muito diferentes” (Matveiv,1980).

O facto de termos jogado, não nos faz, por sí só sermos bons treinadores. É necessário possuir um conjunto de qualidades e de virtudes, que se vão adquirindo através do estudo e da experiência reflectida.

Para Ruiz (1998), será um bom treinador, quem tenha condições inatas para o ser, e o que em toda a vida esteja disposto a aprender e a aperfeiçoar-se, assim como fazem os grandes desportistas, pois treinar e fazer treinar é uma tarefa difícil e muito complexa.

O educador/treinador de jovens, também não deverá ser a pessoa que, apesar de ter formação específica no âmbito do Futebol, não tem qualquer experiência como ex-praticante e ou de prática-pedagógica com jovens futebolistas.


O facto de tirar um Curso de Treinadores de futebol, ou uma licenciatura em Educação Física e Desporto, em que se domina um conjunto de ideias e de conceitos, não permite, por sí só, ser bom treinador, já que faltam um conjunto de “vivências” da realidade do Futebol.

O educador/treinador, deverá então reunir um conjunto de competências nos domínios do:

• Saber

• Saber fazer

• Saber fazer com que outros façam.



Hà assim que criar no Futebol, a figura do educador/treinador estagiário ou assistente, para que os treinadores possam adquirir conhecimentos, e adquirir experiência da prática do ensino/aprendizagem do Futebol, junto de treinadores mais qualificados, para que posteriormente possam exercer as suas funções de educador/treinador junto dos jovens.



Autor: Rui Pacheco

O ensino do Futebol – Futebol 7

2 comentários:

artur xavier disse...

Ao saber, através do "Lepratecoma", que o Medina - Para mim será sempre o José Manuel - tinha um blogue, não resisti e vim dar uma vista de olhos. Comecei por ver as muitas fotografias que o J.M. colocou à nossa disposição. Fiquei emocionado. Ao ver a adega de S. Mateus, recordei-me do querido amigo João Cabo-do-Mar. Depois, até, lá está o local onde, em Agosto passado, me "lesionei"...
Peço desculpa por estar a afastar-me do tema central do blogue, mas que se há-de fazer!? Em termos de futebol, não passo de mais um treinador de bancada. Todos sabem que, enquanto jogador, fui um "pobre". Ainda assim, fui titular da briosa (A nossa, claro!), durante algumas épocas. Não me lembro de ter estreado umas botas novas. O dinheiro era pouco e tinha-mos de nos contentar com o que ia ficando dos craques. Apesar de tudo, não fazia-mos pior figura que os de agora. Pelo contrário. Lutáva-mos sempre pelo título. Enfim, outros tempos...
Na passagem do 2º aniversário da inauguração do Municipal das Lajes do Pico, recordo dois Homens que deram ao Lajense tudo aquilo que tinham para dar. Estou a falar dos Senhores António Urbano e Leonildo Machado. E porque para bom entendedor, meia palavra basta, porque espera o Município para dar ao seu e nosso estádio um nome condigno?
Um abraço ao meu amigo José Manuel e espero não ter maçado os teus leitores, com todo este meu divagar.

Medina disse...

Meu grande amigo Artur!!! Verdade, quando vejo e revejo estas fotos, lembro-me sempre de meu Pai,e também fico como tu...emocionado!!! mas a vida é mesmo assim. Ninguém vai-te levar a mal por saires um pouco do tema central deste blogue, sabes porque?
Porque meu Pai era um apaixonado pelo futebol, foi dirigente, foi treinador, foi condutor, foi tudo!!! Concordo contigo, podiam dar um nome ao Campo Municipal e concerteza que os meus grandes amigos Sr.Leonildo Machado e Sr.António Urbano, estariam na linha da frente!!

Um grande abraço e podes "botar" umas palravas sobre qualquer tema, porque não existe nenhum problema.

Medina