VII Regata de Botes Baleeiros
Dabney Cup, o
coroar de uma grande iniciativa que veio para ficar
Texto:
Augusto Pessoa • Entrevistas: Francisco Resendes • Fotos: Nick
Pessoa
A VII Regata de Botes Baleeiros foi a confirmação de que o homem sonha e
a
obra aparece.
João Carlos Pinheiro, Victor Pinheiro e José Soares são
os grandes obreiros
deste tremendo êxito que foi mais uma edição de uma
competição, que embora
amigável, ninguém quer perder.
E foi o que se
viveu de quinta-feira a domingo na baía de New Bedford.
Quer a remos, quer à
vela, os botes baleeiros de linhas centenárias
deslizaram nas águas calmas
da baía, contrastando com o mar crespado dos Açores,
num espetáculo
deslumbrante que as experientes gentes dos mares sabem
proporcionar a quem
de terra, ou no nosso caso de uma embarcação e como tal mais
próximo da ação
vê o evoluir dos barcos e tripulações.
Na sua maioria são jovens de ambos os
sexos com experiência adquirida em
águas tumultuosas, que se limitam a
mostrar em águas mais calmas os ensinamen
tos colhidos.
Os Açores tem uma
longa história em desportos nauticos, ou não estejam eles
rodeados por
aquele mar que nos separa e que ao mesmo tempo nos une, como
aconteceu no
passado fim de semana com a realização de mais uma regata e esta
de cunho
internacional.
Um tanto ou quanto inesperado, mas de grande valor, foi a
presença de José
Cesário, secretário de Estado das Comunidades, que
condecorou João Carlos
Pinheiro, após o que se dirigiu aos presentes.
“Quero dizer-vos que não há desenvolvimento, se não conciliarmos a tradição
com a modernidade. Temos todos de dar as mãos, juntando os mais novos e os
mais idosos. Conciliar aquilo que é antigo, com aquilo que é novo. O nosso
país, todas as regiões, têm sempre algo extraordinário para dar a todo o
mundo. Não é por acaso que estamos a viver, um dos melhores anos turísticos
da
nossa história. A todos os aqui presentes vai o nosso obrigado pela forma
como têm conseguido promover o país. Agradeço-vos a realização desta
iniciativa
e pedir-vos para continuar. Venho aqui em meu nome, em nome da
República,
do Presidente da República, distinguir um de vós e através dele
toda a
comunidade. E esse é João Carlos Pinheiro”, disse José Cesário,
enaltecendo o
trabalho, deste elemento comunitário.
E ao sabor das ondas,
ventos e marés, a primeira edição das regatas,
aconteceu na cidade de New
Bedford em 2004 e com entusiasmo, crescente atingiu-se
a sétima
edição.
Mais um acontecimento que se vem registando anualmente, graças ao
Portuguese Times, que o faz entrar na história da comunidade, através da
força
inigualável da foto e da imagem.
Acompanhamos o nascer da primeira
regata, ainda a rampa de lançamento dos
botes à água não existia.
A
entrada para o barco que facilitava a reportagem era com os pés na água.
Hoje tudo foi facilitado com a rampa existente no local.
Podem-se fazer
coisas lindas em termos de regatas, mas se não se lhes der o
tratamento
adequado, tudo não passa de uma iniciativa vulgar.
Mas João Carlos Pinheiro e
Victor Pinheiro querem projetar a iniciativa al
ém New Bedford e é aqui que
entra o Portuguese Times, com o seu longo
alcance. A foto inserida na longa
reportagem vai mostrar como foi aos que não
estiveram presentes.
Entre a
comitiva vinda dos Açores estava José Decq Mota, presidente da
direção do
Clube Naval da Horta.
“Estamos a consagrar a importância cultural e
social que tem a utilização
desportiva dos botes baleeiros”
— José Decq
Mota
“Esta iniciativa é muito importante sob o ponto de vista desportivo,
mas
principalmente do ponto de vista cultural. Eu venho a New Bedford
coordenar a
delegação do Faial. A cidade da Horta é geminada irmã com a
cidade de New
Bedford. Acho que é nossa obrigação incentivar este tipo de
colaborações. Mas
além disso ao participar em regatas de botes baleeiros ou
vir aqui andar no
Faial, no Pico ou no Bela Vista, nós estamos a consagrar a
importância
cultural e social que tem a utilização desportiva dos botes
baleeiros. A baleação
acabou. Os botes baleeiros açorianos são uma
embarcação magnífica. Hoje
praticamos lá e cá uma modalidade desportiva que
é o remo e vela em botes
baleeiros. Estamos a divulgar e a mostrar a
magnificência dessa embarcação, mas
estamos também a trabalhar numa área que
nos liga a todos, que nos liga em
termos culturais, em termos históricos...
Sendo assim, é com grande gosto que
estou aqui na qualidade presidente do
Clube Naval da Horta a coordenar as
duas tripulações, uma masculina, outra
feminina, que vieram aqui para tomar
parte nestas regatas e onde estamos a
ser recebidos e acarinhados de forma
irrepreensível e que deixa toda a
comitiva maravilhada”, começou por dizer José
Decq Mota, que passou a
referir a utilização do bote baleeiro.
“A utilização desportiva dos botes
baleeiros podemos dizer que está em
alta. Realizamos várias regatas no
Faial, Pico e outras ilhas. Essas regatas
atraem muita gente. Nós por
exemplo na secção de botes baleeiros no Faial temos
8 botes e é coordenada
pelo Clube Naval. Temos mais de 150 praticantes de
vela e remo. Estas
regatas atraem uma assistência na ordem das centenas e por
vezes milhares de
pessoas.
No Faial há 8 botes, no Pico há 22. Só aqui temos 30, ali ao pé em
São
Jorge temos mais 3, na Graciosa e Terceira tem mais 3. Se bem que nem
sempre
seja possível juntar todos estes barcos, conseguimos fazer com
frequência de
regatas de 25 e 30 botes. O que na verdade é um grande
espetáculo. Mas não é
só isto. É o conjunto enorme de pessoas de ambos os
sexos, de todas as idades
e condições sócio-profissionais, que se junta a
praticar esta atividade
desportiva e à volta desta embarcação magnífica”,
prossegue o presidente do
Clube Naval da Horta, referindo-se à aderência da
juventude a esta prática
desportiva.
“Temos muita gente jovem a aderir a
esta modalidade desportiva. Temos o
exemplo das tripulações do Faial e Pico
que aqui se deslocaram aos EUA. O
futuro está assegurado. O que temos de
pensar seriamente é a manutenção material
desta prova. Os botes e as
lanchas. A despesa é muito grande e nós temos de
arranjar dinâmicas, grupos
e parcerias que assegurem que esta atividade
possa ter um futuro sólido não
para mim, mas filhos e netos e gerações
vindouras”, concluiu José Decq Mota,
um exemplo vivo do apoio a esta modalidade
desportiva.
“Isto
ultrapassa a simples regata entre botes baleeiros e teima em manter
viva uma
herança que foi de grande importância, quer para os Açores, quer
para a
cidade de New Bedord”
— João Carlos Pinheiro
João Carlos Pinheiro é a
ligação entre os homens e as mulheres que
constituem as tripulações dos
botes baleeiros pelo Açores e os que aqui por New
Bedford se dedicam à mesma
modalidade desportiva. Visivelmente satisfeito pelo
sucesso de mais esta
iniciativa, aquele homem do mar começou por dizer à
reportagem do Portuguese
Times e Portuguese Channel:
“Isto foi um sonho meu e de mais dois ou três
amigos. Havia intercâmbios
entre equipas de futebol, ranchos folclóricos,
entre bandas de música e porque
não entre botes baleeiros.
Criou-se o
Azorean Maritime Heritage Society, com três botes. Fui portador
da ideia
para o Faial e Pico, oscultando opiniões, para uma possível regata.
A ideia
foi recebia de tal forma que já estamos na 7.ª edição e todas elas
recheadas
de êxitos sucessivos. Isto ultrapassa a simples regata entre botes
baleeiros
e teima em manter viva uma herança que foi de grande importância,
quer para
os Açores, quer para a cidade de New Bedord geminada cidade irmã
com a
cidade da Horta. Queremos preservar o passado histórico da caça à
baleia e
ao mesmo o presente e o futuro através das regatas de botes baleeiros e
os
passeios ao visionamento destes monstros marinhos.
A nossa intenção tem sido
mostrar a nossa cultura marítima nos EUA.
Somos descendentes dos homens do
mar. Por perigos e guerras esforçados,
descobriram o mundo. A relação do
homem/mar mantém-se viva por estas paragens.
O resultado deste entusiasmo
tem conseguido uma maior projeção dos Açores
em terras dos EUA e
consequentemente a deslocação a São Miguel, Pico e Faial
de grupos de 40 e
mais pessoas, graças à promoção que estas regatas têm
conseguido”, prossegue
João Carlos Pinheiro, no Museu da Baleia, no dia anterior
ao início de uma
regata que ficou memorável.
Mas aquele homem praticante da vela, não arreia
o mastro.
“Em 2014 vamos ter o gosto de ver ancorado no porto de New Bedford
o único
barco baleeiro que ainda existe e que foi aqui construído nos EUA.
Por tal
motivo foram construídos 10 botes baleeiros americanos “Yankee
Botes”, de
onde derivou o bote baleeiro açoriano”, prossegue João Carlos
Pinheiro,
abrindo a vela à razão principal da entrevista.
“Pela
primeira vez vamos ter na água uma regata de amizade entre
tripulações de
ambos os países.
O “Yankee Bote” é mais pequeno tem menos um tripulante. O
barço açoriano e
dado que a baleação era costeira, fizeram um barco mais
comprido, com mais
um tripulante. É um barco mais veloz. Ambos os barcos vão
estar frente a
frente nas águas de New Bedford”, disse o mentor da
iniciativa, que vive o mar,
que vive a vela.
A ilha do Pico, tem uma
forte representação comunitária por estas paragens.
Confraternizações,
festas do Espírito Santo e o tipicismo das suas
rosquilhas e vindo de lá um
equipa de remo e vela.
Nilton Goulart, remo e vela da equipa proveniente da
ilha do Pico, afirmou:
“Em termos pessoais, além de ser uma satisfação, dado
ser a primeira vez
nos EUA, é ótimo vir como membro de uma equipa de
baleação, até porque ambos
os meus avós foram baleeiros. A cultura baleeira
está muito presente na ilha
do Pico. Temos aqui uma experiência competitiva
saudável entre o Pico o
Faial e equipas locais. Será um grande prazer
receber a equipa de cá nos Açores,
dentro de dois anos”, começou por dizer
Nilton Goulart, que nos deixa a par
de como se desenrola a vida do remador e
do velejador.
“Devido às condições atmosféricas e à própria vida pessoal dos
elementos
que constituem as equipas, durante o inverno a atividade é
práticamente nula.
Dedicamos este tempo à manutenção, de forma a que os
barcos estejam prontos
para a próxima época, que arranca em princípios de
junho. O remo é treinado
diariamente e a vela uma vez por semana. Existe um
espíritivo competitivo
muito grande nos Açores.
Há regatas que já tiveram
mais de 30 botes. O bote baleeiro é já uma
bandeira ao nível turistico nos
Açores”, concluiu Nilton Goulart.
Filipe Porteiro, diretor regional dos
Assuntos do Mar, era mais uma
presença integrado na comitiva de visita a New
Bedford. Com uma linguagem mais
institucional, vê a regata num prisma
diferente, mas contributivo para o
sucesso.
“Temos a aproximação de
duas sociedades muito próximas embora separadas
pelo mar e que esta regata
dá a possibilidade de se aproximarem e partilharem o
que têm em comum”,
afirmou Porteiro, para acrescentar:
“As regatas, que se têm feito no Faial e
Pico é a imagem da importância
dessa modalidade desportiva, em que estão
envolvidos entre 15 a 30 botes
baleeiros e quase todos com tripulaçã muito
jovem. Eu acho que foi um reaprender
da nossa cultura foi o reaproveitar a
informação e o conhecimento cultural
que existia. Foi uma mudança de
utitlização que se deu a um bote que se
poderia ter perdido pela falta de
uso, mas que depois foi reconvertido para
atividades marítimas ou turísticas
e para a prática da vela.
Eu acho que a realidade comprova isso mesmo. Há um
interesse genuino e
transversal das pessoas mais antigas que viveram a
baleação e os mais jovens que
não viveram essa cultura mas que têm
entranhado a cultura baleeira”,
salienta Filipe Porteiro, que sublinha o
apoio à modalidade desportiva.
“Praticamente toda a recuperação da frota e a
construção de novos botes
baleeiros teve o apoio da Direção Regional da
Cultura e através da Comissão do
Património Baleeiro, que facilitou que
estejamos a viver esta explosão
ligada à cultura da baleia”, concluiu Filipe
Porteiro.
“A vela terá sempre um lugar importante no turismo
açoriano”
Rui Amen, Turismo Açores
A grande aposta no turismo dos Açores
baseia-se nos mais diversos temas e
nas mais diversas iniciativas. E pelos
vistos as regatas também, são um meio
de promoção da Região nos EUA.
“Estas regatas tratam com ingredientes que são base de recursos turísticos
e estou a falar de legados históricos, culturais até conteúdos biológicos.
Isto é uma oportunidade que temos para vir para um país que tem um grande
potencial e promover os Açores como destino turístico”, começa por dizer Rui
Amen, para acrescentar em seguida:
“No momento atual, o turismo dos EUA
ocupa um lugar cimeiro nos Açores.
Frutos diretos não será possível
contabilizá-los, mas que eles existem é uma rea
lidade. O turismo náutico é
uma das estrelas da companhia. Obviamente que a
vela seja na forma de
regatas, botes, solitária, terá sempre um lugar
importante no turismo
açoriano”, concluiu Rui Amen.
“Não se pode falar da baleação em New
Bedford sem falar dos Açores”
Victor Pinheiro
Victor Pinheiro foi criado
na crista da onda, no balanço do barco e agora
com tudo isto transformado na
componente desportiva.
“Esta iniciativa tem sido um somar de êxitos, não só
ao nível da
competição, remo e vela, como no aspeto da aproximação das
pessoas, nos dois lados do
Atlântico.
São duas comunidades com um longo
historial baleeiro, Açores e New Bedford.
Não se pode falar da baleação em
New Bedford sem falar dos Açores. Os
baleeiros de New Bedford faziam longas
paragens nos Açores. As maiores ondas de
imigração para New Bedford tiveram
por base a baleação”, começa por dizer
Victor Pinheiro, que
acrescenta:
“A regata é um motivo de aproximação ao nível de desporto e mesmo
universitário entre os Açores e os EUA”, salienta Victor Pinheiro, que deixa
um
convite.
“Todos os jovens e menos jovens que se queiram juntar a nós
na prática do
remo e da vela deverão contatar a Azorean Maritime Heritage
Society. Temos
programado uma maior extensão deste entusiasmo ao nível das
ilhas dos Açores e
a sua relação com a baleia. Não podemos limitar esta
atividade ao Pico e ao
Faial, temos de ir também a São Jorge, Corvo e
Flores... Nós aqui nos EUA
temos três botes e consequentemente três equipas
de vela e remo. No relativo
aos Açores já quase todas as ilhas têm botes
baleeiros, pelo que a sua
divulgação desportiva relacionada com a história
está mais facilitada lá do que
cá”, disse Victor Pinheiro, que montou um
programa, alvo dos melhores
elogios.
“Podemos dizer que o bote
americano é o pai do bote açoriano. Os americanos
é que levaram os primeiros
botes para os Açores.
As três gerações da família Dabney levaram os
primeiros botes, de onde
teria origem a grande indústria que ali se criou,
relacionada com a caça à
baleia.
O sistema de caça à baleia nos Açores
era muito difererente da caça nos EUA.
Enquanto que o americano utilizava um
barco grande de onde se iniciava a
caça, o açoriano servia-se do tradicional
bote, partindo de terra. O mais
curioso e tratando-se de botes diferentes,
vamos ver qual será o desenrolar da
regata no domingo”, dizia-nos Victor
Pinheiro, na quinta-feira já com os
botes na água.
O nome Dabney dado à
taça tem a ver com a relação daquela família de Boston
e da sua relação com
a baleação, aquando da sua estadia por gerações nos
Açores”, concluiu Victor
Pinheiro.
Jovem, simpática, cheia de energia, fazia parte da equipa do
Faial. Isabel
Andrade era uma das muitas jovens que o bote baleeiro trouxe a
New Bedford.
“Acho que é uma excelente iniciativa por parte da Azorean
Maritime Heritage
Society. Já é a segunda vez que participo. Acho que é um
intercâmbio de
culturas. Podemos fomentar amizades e outros níveis de
desporto. Tudo isto é
muito interessante”, começou por dizer a jovem, que
dividia o entusiasmo com a
restante equipa.
“Há cinco anos entrei para
os botes com a intenção de fazer uma equipa de
vela feminina. Como não era
possível, começamos no remo e fomos evoluindo.
Quando aqui viemos há três
anos, só faziamos remo. Mas tinhamos dois elementos
do sexo masculino.
No
regresso ao Faial formámos uma equipa de vela só feminina e é essa a
equipa
que vai competir aqui nos EUA”, prosseguia a jovem que viria a vitória
sorrir.
“O entusiasmo é grande na adesão à equipa. O que temos são
poucos botes, se
tivéssemos mais, teriamos pelo menos mais outra equipa
feminina.
No Faial cada junta de freguesia tem um bote e é responsável pela
sua
manutenção.
Isto é uma iniciativa muito benéfico para o arquipélago
e abre as portas a
muita gente, que se não fossem as regatas, não
conseguiriam vir aos EUA.
A baleação é nossa. Mas quando vimos a New Bedford
é que percebemos que
tudo isto teve as suas origens nos EUA. Aqui tem-se uma
ideia mais concreta do
uso da baleia.
Nos Açores a ideia é que a baleia
era para tirar os dentes e fazer óleo.
Aqui percebemos através do museu que
era isso e muito mais. Como por exemplo,
velas, iluminar”, prossegue a jovem
no dia anterior às provas de remo e
vela.
“Nas ilhas do Faial e do Pico
nota-se uma grande aderência por parte das
camadas jovens a esta modalidade
desportiva”, concluiu Isabel Andrade.
“Hoje esta organização tem
alicerces bem cimentados e enraizados”
José Soares
José Soares foi mais um
elemento sempre associado a Victor Pinheiro. Muito
prestável, esteve sempre
disposto a colaborar em termos de facilitar a
reportagem.
“Da nossa
parte considero um balanço muito positivo. Quando se lançou a
ideia a
finalidade era o intercâmbio entre os aqui residentes e os de lá. Os
antigos
baleeiros vivem esta faceta da vida dos Açores como uma parte
importante da
sua vida.
Esta iniciativa embora tendo por palco a cidade de New Bedford já
ultrapassou os EUA e como tal chega gente do Canadá, que não quer perder a
oportunidade de rever familiares que as regatas trouxeram aos EUA. Sabemos
que é um
esforço grande da parte de quem nos visita dos Açores, mas estão
satisfeitos
pela forma como são recebidos e tudo está a decorrer muito bem”,
começou por
dizer José Soares, para acrescentar:
“Quem assitir ao
desenrolar das regatas vai encontrar uma grande
percentagem de gente jovem
inserida nesta modalidade. Ao princípio foi como que
aguentar a organização
de pé. Hoje esta organização tem alicerces bem cimentados,
em enraizados. O
entusiasmo é grande quer pelos Açores, quer aqui pelos EUA.
Temos gente
jovem, responsável e capaz de manter a Azorean Maritime
Heritage Society,
bem viva nos tempos futuros”, prossegue José Soares, referindo-se
à taça a
atribuir este ano.
“A Taça Dabney veio abrilhantar ainda mais esta edição
das regatas. Foi um
projeto muito interessante a construção dos três botes.
Isso partiu da nossa
ideia. O bichinho da competição veio ao de cima e aí
temos os botes
baleeiros açorianos e os botes baleeiros Yankee”, acrescentou
José Soares, para
concluir em seguida:
“Para o ano 2014 não há regatas.
Em 2016 as equipas de New Bedford vão aos
Açores. Em quatro anos regressam
aos EUA”.
E os prémios vão para...
A VII Regata de Botes
Baleeiros culminou no domingo com a cerimónia de
entrega de troféus,
realizada no Museu da Baleia.
A Dabney Cup era a mais cobiçada, dado ser a
primeira vez que era
atribuída.
José Gonçalves, “skipper” da equipa de
vela do Faial, seria o felizardo a
levantar a Dabney Cup, perante a alegria
de toda a representação daquela
ilha.
“Não encontro palavras que possa
descrever o que sinto. Foi na verdade uma
experiência memorável. Receção à
chegada, a amabilidade e disponabilidade
das pessoa.
Já me tinham falado
sobre a forma como as regatas são aqui organizadas, mas
viver de perto,
participar é algo que levo bem fundo comigo no regresso”,
disse o “skipper”
vencedor de um troféu, com profundo sentimento histórico
para os Açores. Mas
como não se tratava de principiantes, os lugares cimeiros
eram um esperança,
que acabou por ser realidade.
“Esperava uma boa classificação. No primeiro
dia tinha perdido para o Pico,
mas no domingo tudo teimou em correr bem e
fomos nós do Faial a ganhar.
Mesmo assim levaram a melhor nas pernas
anteriores, mas consegui vencer já na
última”, concluiu José Gonçalves.
Susana Salema, “skipper” da equipa do Faial feminina, estava radiante
pelo
êxito da regata e ainda mais pelo facto de levar o troféu.
“Foi uma
experiência maravilhosa. Tudo correu na perfeição. Tivemos
oportunidade de
troca de impressões, quer com o Pico quer com as tripulações
locais. Esta
última regata ainda mais curiosa se tornou ao reunir dois tipos
diferentes
de botes. Nós desconheciamos o “Yankee Boat”, disse Susana Salema,
sob um
enorme esqueleto de baleia, sob a área escolhida este ano para a
entrega dos
troféus.
Mas o mar tem os seus segredos que as equipas têm de saber
descobrir.
“A nivel de mar, aqui as condições, são excelentes. Temos é que
nos
habituar a variações de ventos mais rápidas”, concluiu Susana
Salema.
Igor Azevedo falou à nossa reportagem em nome da equipa do
Pico.
“Traziamos como objetivo o Pico vencer a remos. Mas ao mesmo tempo
tinhamos
consciência de ter uma boa equipa, para poder lutar pelos primeiros
lugares
em vela.
Hoje voltamos a vencer em remos e arrancamos um
terceiro lugar à vela. Foi
excelente”, disse Igor Azevedo.
VII Regata
International de Botes Baleeiros
— Classificação
—
Remo
Senhoras
1. Pico
2. Faial
3. New
Bedford
Vela
Senhoras
1. Faial
2. Pico
3. New
Bedford
Remos
Homens
1. Pico
2. Faial
3. New
Bedford
Vela
Homens
1. Pico
2. Faial
3. New
Bedford
Remos
Dabney Cup
1. Pico
2. Faial
3. New Bedford,
Ma
4. Mystic, CT. 1
5. New Bedford
Museu da Baleia
6. Mystic, CT
2
Vela
Dabney Cup
1. Faial
2. New Bedford, Ma.
3.
Pico
4. Mystic, CT 1
6. New Bedford (desclassificado)
6. Mystic, CT
2 (desclassificado)